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Seção Inteligência: Inteligência russa e os possíveis interesses no Brasil. Parte III


Figura disponível em: https://www.metropoles.com/brasil/saiba-quem-era-e-o-que-espiao-russo-fazia-no-brasil

O Blog em sua Seção Inteligência, disponível em https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/se%C3%A7%C3%A3o-intelig%C3%AAncia, vem, desde 2020, alertando sobre os interesses de alguns Estados no Brasil, dentre eles a Rússia, e com isso fizemos várias análises sobre o modus operandi de certos serviços de inteligência estrangeiros.

Nesse sentido, recentemente foi identificado pela Agência Brasileira de Inteligência - ABIn mais um, o terceiro caso, agente de inteligência russo operando no nosso território nacional. Trata-se de Serguei Alexandrovitch Chumilov, que operava disfarçado como um diplomata russo, e cuja tarefa era cooptar informantes sobre determinados setores de interesse russo, sendo um deles o nuclear, como informado pela mídia brasileira, pois o "espião" russo teria visitado o Instituto de Pesquisas Nucleares - IPEN.


"[...] foi possível encontrar outras informações espalhadas pela rede. Esses registros mostram, por exemplo, a participação de Chumilov em um evento realizado em 2021 no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de São Paulo e gerida pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O Ipen fica na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, e, segundo sua própria descrição, atua em "vários setores da atividade nuclear", como "aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria". Em seu site oficial, o O Ipen afirma que os resultados de estudos nessas áreas "vêm proporcionando avanços significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o país". Chumilov participou do evento ao lado de Everton Rocha, à época funcionário da Rosatom América Latina, que é a Companhia Estatal de Energia Nuclear da Rússia. Naquele momento, a Rosatom oferecia cinco vagas de intercâmbio para alunos do Brasil. "A Rossotrudnichestvo e a agência viabilizam o processo de aplicação para as vagas da Rosatom e as demais vagas oferecidas nas universidades da Rússia", afirmava o texto de divulgação do evento. A Folha falou com a diretora do Ipen, Isolda Costa, e com Francisco Rondinelli, presidente da CNEN. Os dois disseram desconhecer qualquer tentativa de cooptação do russo e argumentaram que nas estruturas do instituto ele não teria acesso a informações estratégicas e sensíveis. Isolda afirmou que é uma "coisa surreal, receber uma pessoa que é espião disfarçado de adido cultural". Rondinelli, por sua vez, disse que o contato de Chumilov com o Ipen foi pontual, somente na palestra em dezembro de 2018, e, assim como Isolda, disse que o russo não teria acesso a informações estratégicas nas estruturas do instituto. "Ele pode ter feito o papel dele de fazer prospecção. O que posso falar com tranquilidade é que em qualquer estrutura do Ipen ou da CNEN ele não teria acesso a nenhuma atividade estratégica do país", afirma Rondinelli. (fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/04/espiao-russo-passou-por-institutos-de-energia-nuclear-e-defesa-em-universidades.shtml)


É digno de nota que o IPEN fica ao lado do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo - CTMSP, sendo a Organização Militar responsável pelo Programa Nuclear Brasileiro. Ademais, no nosso artigo "Seção Inteligência: Inteligência russa e os possíveis interesses no Brasil. Parte II", de 07 de abril de 2023, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/seção-inteligência-inteligência-russa-e-os-possíveis-interesses-no-brasil-parte-ii, abordamos o caso de agentes russos operando no Brasil, em que um deles Sergey Vladimirovich Cherkasov, que no Brasil utilizava o nome Victor Muller Ferreira, foi preso na Holanda e detido na Polícia Federal, tinha três endereços na Grande São Paulo com registros no nome brasileiro, sendo dois apartamentos em Cotia e um no bairro do Butantã. Cabe pontuar que o Butantã é o bairro que fica localizado o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo - CTMSP (https://www.marinha.mil.br/om/centro-tecnologico-da-marinha-em-sao-paulo) que conduz o Programa Nuclear da Marinha - PNM, o que pode indicar o interesse russo nesse projeto estratégico de defesa e assim confirmar o que falamos em nosso artigo "Seção Inteligência: Inteligência russa e os possíveis interesses no Brasil", acessível em https://www.atitoxavier.com/post/seção-inteligência-inteligência-russa-e-os-possíveis-interesses-no-brasil, pois afinal não existem coincidências na área de inteligência, principalmente a estrangeira.

Logo, podemos inferir que, tanto no caso de Cherkasov quanto no de Chumilov, não foi coincidência ter dois agentes russos operando nas proximidades da área onde se desenvolve um programa estratégico do setor de defesa brasileiro - submarino nuclear brasileiro.

Assim, Chumilov oferecia a alguns estudantes e acadêmicos brasileiros bolsas de estudo e intercâmbios na Rússia, o que tinha o potencial de seduzir os possíveis "alvos". Dessa forma, ele obteve sucesso em alguns recrutamentos.

Convém mencionar, que ele também visitou algumas universidades no Brasil, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

Portanto, essa revelação de mais um espião russo operando no Brasil, continua ratificando o que falamos em abril de 2023:


[...] "a nossa Seção Inteligência vem afirmando, desde 2020, sobre a existência de serviços de inteligência estrangeira operando no Brasil, bem como demonstra que o nosso artigo sobre as vulnerabilidades da inteligência e da contrainteligência brasileira possuem fundamento. Portanto, o governo brasileiro deve fortalecer a sua Inteligência de Estado, bem como o seu sistema de inteligência, o SISBIN, visando identificar e acompanhar os serviços de inteligência estrangeira operando no Brasil. Infelizmente, existem, ainda, alguns míopes ou cegos, que não acreditam em agentes estrangeiros operando no nosso país." (fonte: https://www.atitoxavier.com/post/seção-inteligência-inteligência-russa-e-os-possíveis-interesses-no-brasil-parte-ii)


Assim, em que pese o Brasil estar no BRICS não se pode considerar os demais Estados desse bloco como aliados confiáveis, pois o que impera sempre são os interesses e os objetivos geopolíticos.

O Blog é de opinião que o Brasil deve valorizar a sua Inteligência Estratégica e tratar com seriedade, e com isso sem amadorismo, a manutenção do sigilo do seu desenvolvimento tecnológico, bem como dos seus programas estratégicos. Além disso, verifica-se que o ser humano se apresenta como o "elo" mais fraco no sistema de segurança das informações, e assim sempre será, por meio do recrutamento, o alvo prioritário dos serviços de inteligência.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar na nossa análise:

Matéria de 09/04/2024:

Matéria de 10/04/2024:

Matéria de 09/04/2024:

Matéria de 17/08/2023:



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