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Poder Naval Russo: em busca de maior protagonismo - oposição ao Ocidente. Parte III.


Figura disponível em: https://tse4.mm.bing.net/th?id=OIF.deEc1D0%2bXVLeOEYCFCcMgg&pid=Api&P=0

O Blog em sua Seção Poder Naval, acessível em https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/poder-naval, vem abordando assuntos de interesse relacionados a essa temática, dentre eles o Poder Naval russo. Assim, separamos dois artigos, com os seus respectivos resumos, com o intuito de servir como uma breve Introdução aos nossos leitores, e que recomendamos a leitura em sua íntegra:


- Poder Naval Russo: em busca de maior protagonismo, de 26 de julho de 2021, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/poder-naval-russo-em-busca-de-maior-protagonismo , em que falamos que Putin já alertava que a marinha russa seria armada com mísseis hipersônicos (Zircon) carregando ogivas nucleares, bem como com drones submarinos nucleares. Além disso, frisou que a marinha russa crescerá em tamanho e capacidade. Além disso, também alertou que a sua marinha possui capacidade para efetuar ataques contra alvos inimigos, e que não poderão ser defendidos, ou seja pode destruir qualquer alvo, se for do interesse nacional russo. Nesse artigo afirmamos que ele vem reconstruindo a marinha russa, onde priorizou a Força de Submarinos e os navios menores como Fragatas e Corvetas, tendo como premissas: a defesa do território russo, a preservação da sua esfera de influência e uma força dissuasória crível e que, aos poucos, vem tentando desenvolver uma marinha de águas azuis, visando atingir dois objetivos: rivalizar com os EUA e aumentar a sua esfera de influência geopolítica para além do perímetro vital de defesa. Concluímos, assim, que Putin priorizou inicialmente a defesa da Rússia e da manutenção da sua esfera de influência geopolítica, e que agora objetiva se tornar uma potência naval, e que, em nossa visão, seguirá alguns preceitos de Mahan, assim como a China o fez.


- Poder Naval Russo: em busca de maior protagonismo. Parte II, de 15 de abril de 2022, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/poder-naval-russo-em-busca-de-maior-protagonismo-parte-ii, analisamos a política e a estratégia naval para a marinha russa, abordando as visões para os níveis estratégico e operacional e as principais ameaças, bem como o aprimoramento e a evolução da estratégia naval russa de 2015, além de informar as perspectivas de futuro até 2030, como a modernização de seus meios navais e da intenção de construir outros meios, como porta-aviões. Além disso, na nossa análise de tal documento, concluímos que ele expressava a preocupação russa com a sua segurança, e afirmava que a ameaça vem do oeste (OTAN), bem como elenca os EUA como o grande adversário. Ademais, estabeleceu as regiões de maior prioridade estratégica como o Ártico, Mar Negro, Mar Mediterrâneo e o entorno do Atlântico, além de alguns pontos focais. Logo, também concluímos que os russos precisam ter uma força naval forte no seu entorno estratégico. Nesse sentido, inferimos que a Rússia estava obtendo sucesso em fazer com que o seu Poder Naval voltasse a ser protagonista no cenário internacional, mas que devido as severas sanções econômicas e tecnológicas impostas pelo mundo ocidental, o seu planejamento de constituir uma Força Naval com presença global até 2030 está bastante comprometido. Dessa forma, acreditamos que aumentará a sua dependência econômica do seu principal parceiro estratégico, a China, que será fundamental para manter o que foi conquistado até agora, como já havíamos afirmado.


Nesse cenário, no dia 31 de agosto, Vladimir Putin aprovou a nova doutrina naval do seu país, cancelando a de 2015.

Ao analisarmos o documento, verificamos que trata-se de uma sequência lógica do que Putin já vinha anunciando e implementando, não havendo grandes novidades, conforme veremos, quando o compararmos com os nossos artigos citados acima.

A nova doutrina afirma que existem 10 tipos de ameaças para a Rússia no tocante ao ambiente marítimo, conforme abaixo:


- The strategic course being pursued by the USA to “dominate” the oceans and Washington’s global influence on the international processes, including those connected to the use of maritime transport arteries and energy resources. - The push by the US and its allies to try to limit Russia’s access to the resources of the world’s oceans, and vital maritime transport routes. - Territorial claims against Russia by a number of governments related to some of the country’s coastal areas and islands. - The deployment of NATO military infrastructure near Russia’s borders, and the growing number of alliance exercises in the sea areas near the country. - The attempt by the US to reach overwhelming superiority in naval power, as well as rising capabilities of other naval powers. - Military conflicts in areas of special geopolitical significance to Russia and its allies, as well as countries which have access to the world’s oceans. - The economic, political, international legal, informational and military pressure on Russia aimed at discrediting or reducing the effectiveness of its maritime activities. - Efforts by some governments to weaken Russia’s control over the Northern Sea Route, including through the growing presence of foreign military infrastructure in the Arctic. - Attempts by some countries to change existing international maritime legal agreements in pursuit of selfish geopolitical interests. - And finally, the growing threat of international terrorism, piracy, and illegal smuggling of weapons, drugs, chemicals, and radioactive substances. (fonte: https://sputniknews.com/20220731/nato-threat-strategic-interests-great-sea-power-status-key-details-on-russias-new-naval-doctrine-1097976929.html)


Entretanto, prioriza claramente que as suas principais ameaças estratégicas são os EUA e a OTAN, o que já estava sendo propagado. Além disso, ela ratifica a percepção da importância de se ter uma marinha forte para evitar uma contenção russa pelo Ocidente.

O anúncio da nova doutrina naval, em nossa visão, também é uma resposta ao NATO 2022 STRATEGIC CONCEPT, em que a postura da aliança passa de deterrência contra a ameaça russa para a de defesa contra uma possível agressão russa, aumentando ainda mais a instabilidade na região, que foi abordado em nosso artigo "Orientações para a futura estratégia da OTAN - aumento da instabilidade no cenário europeu", que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/orientações-para-a-futura-estratégia-da-otan-aumento-da-instabilidade-no-cenário-europeu.

Para tanto, faz-se necessário com que tenha um poder marítimo forte, ou seja, um poder naval forte com presença global e uma marinha mercante relevante. Logo, o objetivo é transformar a Rússia numa grande potência marítima.

O documento informa seis regiões estratégicas para o Poder Naval russo a saber: o Ártico, o Pacífico, notadamente a região das Ilhas Curilas, o Atlântico (incluindo as regiões do Mar Negro, Báltico, Azov e Mediterrâneo sobre a sua jurisdição), o Mar Cáspio, o Índico e a Antártica. Dessa forma, fica comprovado o caráter global que a sua marinha deverá ter.

Assim, revela a importância de implementar parcerias com outros Estados, como a China, Índia e Irã, além de outros Estados do seu entorno.

No seu discurso de 31 de agosto, Putin afirmou que os navios da sua marinha receberão os mísseis Zircon, o que para o Blog não foi uma surpresa, como vimos nos artigos citados no início desse artigo.

Outrossim, ele ratifica a importância de prover o país com um forte poder marítimo, conforme podemos verificar abaixo:


"[...] And here the capabilities of the Russian Navy are paramount. It is capable of instantly responding to all those who decide to impinge on our sovereignty and freedom, successfully carrying out its strategic missions on the borders of our country and on any latitude of the World Ocean with dignity. Its coastal, surface, air, and underwater forces and other means are highly prepared for decisive action. They are constantly being improved. We need only mention the newest unmatched Zircon hypersonic missiles, which have no obstacles. They will be supplied to the Armed Forces of the Russian Federation within the next month. The Admiral Gorshkov frigate will be the first to go on combat duty with this formidable weapon aboard. The area in which the ship equipped with Zircon hypersonic cruise missiles will carry out its duty will be selected based on Russia’s security interests. We will continue the large-scale construction of ships and vessels, as well as marine research programmes. Major changes will take place in seaside regions. And, of course, the well-being of the families of navy personnel, shipbuilders, and workers of all those industries connected with the sea and the fleet, will remain our top priority." (fonte: http://en.kremlin.ru/events/president/news/69082)

O Blog é de opinião que a divulgação da nova doutrina naval russa não traz grandes novidades, e que, em nossa análise, é um tipo de desafio ao Ocidente, representado pelos EUA e os seus aliados europeus, sendo também uma resposta as orientações da OTAN para de sua futura estratégia. Além disso, também seria uma manifestação política para a população russa, com o intuito de manter o país unido contra a ameaça do Ocidente.

Portanto, ratificamos as nossas análises dos nossos artigos citados nessa matéria.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise:

Matéria de 01/08/2022:

Matéria de 01/08/2022:

Matéria de 01/08/2022:

Matéria de 01/08/2022:

Matéria de 02/08/2022:


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