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Parceria militar entre Rússia e Coreia do Norte: fôlego para ambos.


Figura disponível em https://media.cnn.com/api/v1/images/stellar/prod/220906085424-01-kim-jong-un-vladimir-putin-file.jpg?c=original

No nosso artigo "Ameaça as democracias ocidentais: onda que vem do Oriente", de 22 de junho de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/ameaça-as-democracias-ocidentais-onda-que-vem-do-oriente, afirmamos que a Rússia, a China e a Coreia do Norte estão unidas e "jogando" geopoliticamente de forma coordenada, com o intuito de provocar e testar os limites dos EUA e de seus aliados, bem como o de atingir os seus objetivos nacionais, formando assim um "triângulo" geopolítico de grande relevância mundial. Além disso, também dissemos que não poderíamos nos esquecer do Irã, que se aliou ao "triângulo" com os mesmos objetivos. Alertamos, no artigo, que a única diferença entre os objetivos geopolíticos desses países é que, enquanto Rússia, China e Irã querem aumentar as suas áreas de influência, a Coreia do Norte deseja manter o governo dinástico no poder.

Nesse sentido, o atual conflito entre a Ucrânia e a Rússia, em que esta vem sofrendo sanções de toda ordem por vários países, vem impactando no seu poder militar, especificamente na fabricação de drones, recorrendo ao apoio iraniano, e na produção de munição para a sua campanha terrestre.

Como, por enquanto, não há evidências de ajuda militar por parte do seu "parceiro estratégico" - China, os russos precisam de um parceiro que possa suprir as suas necessidades para o ambiente de guerra terrestre, como o fornecimento de foguetes, munição para artilharia etc, pois o conflito já dura mais de um ano e meio, bem como não há previsão para terminar.

Dessa forma, existem várias especulações, provenientes de inúmeras fontes, como o Conselho de Segurança Nacional dos EUA, de que o novo parceiro militar russo no conflito russo - ucraniano seria a Coreia do Norte, em virtude da recente visita, 25 a 27 de julho, do Ministro de Defesa da Rússia Sergei Shoigu àquele país, que teria conseguido convencer o líder norte-coreano a negociar com Vladimir Putin o fornecimento de munições ao governo de Moscou.


Figura disponível em https://www.bbc.com/news/world-asia-48032592

Além disso, o ministro russo propôs que a Coreia do Norte participasse de um exercício naval trilateral: Rússia - China e Coreia do Norte, conforme noticiado pela agência sul-coreana Yonhap News Agency, em 04 de setembro e que pode ser lido em https://en.yna.co.kr/view/AEN20230904008951315, o que formalizaria a união militar entre esses Estados, que sofrem sanções e se configuram como ameaças aos EUA e aos seus aliados. Ademais, o exercício seria, também, uma resposta a recente, agosto de 2023, aliança trilateral: EUA - Japão - Coreia do Sul, conforme a nota do governo de Washington em https://www.whitehouse.gov/briefing-room/statements-releases/2023/08/18/the-spirit-of-camp-david-joint-statement-of-japan-the-republic-of-korea-and-the-united-states/.

Portanto, com base no nosso artigo de 2020, e nos recentes movimentos entre a Rússia e a Coreia do Norte, acreditamos que é bastante factível que os russos e os norte-coreanos estabeleçam uma parceria militar pelas seguintes motivações:


- Coreia do Norte: carência de alimentos para suprir a sua população, e a vontade de ter acesso a novas tecnologias visando desenvolver armamentos modernos. Convém mencionar que a Coreia do Norte lançou, em 07 de setembro, um novo submarino nuclear tático de ataque, em que, durante o lançamento, o líder do país afirmou que tanto os submarinos quanto os navios da marinha serão equipados com armamento nuclear. Além disso, existe a intenção de impulsionar o seu setor espacial. Tais necessidades podem ser facilmente providas pela Rússia. Cabe frisar que todos esses itens contribuem para a manutenção do governo dinástico norte-coreano no poder, fortalecendo a posição do atual líder, Kim Jong Un; e


- Rússia: como mencionado, possui a necessidade de ter a sustentação ao combate no ambiente terrestre, o que a Coreia do Norte pode com certa facilidade prover, ainda mais que continua possuindo munições com o padrão soviético, o que facilitaria bastante o emprego pelos russos.


Logo, na visão do Blog, tanto a parceria militar russo - norte-coreana quanto a realização de exercícios navais entre as marinhas chinesa, russa e norte-coreana aumentarão a instabilidade geopolítica na região do Pacífico Ocidental, que já é bastante tensa.


Figura disponível em https://www.mapshop.com/western-pacific-ocean-wall-map/

Recomendamos a leitura do artigo "A Renewed Axis: Growing Military Cooperation Between North Korea and Russia", de 06 de setembro, que pode ser acessado em https://beyondparallel.csis.org/a-renewed-axis-growing-military-cooperation-between-north-korea-and-russia/, pois demonstra a crescente cooperação entre esses países nos últimos doze meses, conforme pode ser observado na figura abaixo, bem como corrobora algumas de nossas análises.



O Blog é de opinião que a parceria militar russo - norte-coreana tem uma grande probabilidade de acontecer pelos motivos apresentados acima, e que contribuirá para deixar o mundo mais instável e menos seguro, ainda mais quando os atuais líderes desejam se manter no poder, são autoritários e têm comportamentos imprevisíveis.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise:

Matéria de 07/09/2023:

Matéria de 28/07/2023: Este vídeo mostra o líder norte-coreano mostrando para o Ministro da Defesa russo os produtos militares do país.

Matéria de 08/09/2023:

Matéria de 06/09/2023:

Matéria de 05/09/2023:

Matéria de 05/09/2023:


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