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Geopolítica Espacial: o Brasil está indo no caminho certo?


Figura disponível em https://media.hinrichfoundation.com/media/sjyhojt0/capri-geopolitics-in-space.jpeg

No dia 13 de dezembro, as empresas privadas lideradas pela Akaer Engenharia S.A. (Acrux; Breng Engenharia e Emsist Essado) e CENIC Engenharia Indústria e Comércio Ltda (Concert Technologies S.A. Matriz; Schelim Engenharia EIRELLI; Plasmahub Ambiental Industria Engenharia Exportação e Importação Ltda; Etsys Indústria e Tecnologia em Sistemas Ltda.), formando um arranjo de empresas civis, e a agência pública Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP - subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação - cuja missão é "promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas", assinaram um contrato para o desenvolvimento de um veículo nacional lançador de nano (cujo peso seja entre 1 e 10 kg) e microssatélites (cujo peso seja entre 10 e 100 kg), que será chamado "Veículo Lançador de Pequeno Porte". Maiores detalhes sobre o evento podem ser obtidos no link http://www.finep.gov.br/noticias/todas-noticias/6717-mcti-e-finep-celebram-aprovacao-de-mais-de-r-1-bilhao-em-novos-projetos-estrategicos.


Figura disponível em https://olhardigital.com.br/2023/12/14/ciencia-e-espaco/mcti-financia-foguetes-brasileiros-para-lancamentos-de-satelites/amp/
Figura disponível em https://olhardigital.com.br/2023/12/14/ciencia-e-espaco/mcti-financia-foguetes-brasileiros-para-lancamentos-de-satelites/amp/

É digno de nota que tanto os micro quanto os nanossatélites possuem um custo bem menor, mas apresentam uma tecnologia moderna e ágil, podendo ser empregados em comunicações, meteorologia, monitoramento e em diversas pesquisas.

De acordo com a Prefeitura de São José dos Campos, disponível em https://www.sjc.sp.gov.br/noticias/2023/dezembro/14/empresa-assina-contrato-para-desenvolver-lancador-de-satelites/, o futuro veículo deverá ter a capacidade para transportar, no mínimo, cinco quilos de carga-útil na órbita equatorial, com a realização das operações de lançamento a partir do território brasileiro.

Assim, acreditamos que os lançamentos deverão ocorrer a partir do Centro Espacial de Alcântara - CEA, o que poderá dinamizar ainda mais o referido centro.

Portanto, o sucesso da parceria será estratégico para o Brasil, pois irá assegurar a crescente autonomia de acesso ao espaço, representando um salto tecnológico ao nosso país, ainda mais quando poucos países dominam esta tecnologia.

Cabe mencionar, que já dispomos de capacidade tecnológica para contruir nanossatélites, como os da série NanoSatC-Br, que está em sua segunda versão. Tais satélites foram desenvolvidos pela parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), conforme podemos verificar no site da Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite – ABRASAT, acessível em https://abrasat.org.br/2021/03/30/nano-satelite-brasileiro-e-colocado-em-orbita-e-ja-envia-primeiros-sinais/.

Além desses, temos o VCUB1, que foi lançado, em 15 de abril de 2023, pelo foguete Falcon 9 da Space X, sendo o primeiro nanossatélite de alto desempenho desenvolvido pela indústria nacional, como observamos no link http://www.finep.gov.br/noticias/todas-noticias/6560-nanossatelite-vcub1-e-lancado-e-abre-espaco-para-novas-conquistas-da-industria-espacial-brasileira.

As figuras abaixo nos dão uma ideia de como o Brasil está nesse segmento:

Figura disponível em https://revistapesquisa.fapesp.br/novas-vias-para-explorar-o-espaco/
Figura disponível em https://revistaplaneta.com.br/satelite-na-palma-da-mao/
Figura disponível em https://revistapesquisa.fapesp.br/novas-vias-para-explorar-o-espaco/

Logo, podemos concluir a importância da presente parceria entre a iniciativa privada e o governo, pois além dos nanossatélites, seremos, também, capazes de efetuar os lançamentos sem uma grande dependência externa, já que teremos o trinômio: infraestrutua de lançamento (CEA) + veículo lançador (parceria entre o setores público e privado) + nanossatélites nacionais.

Nesse sentido, ter uma plena capacidade de comunicação satelital própria será primordial para a soberania do nosso país. Além disso, possibilitará que o Brasil ingresse no mercado de serviços satelitais, criando uma constelação de nanossatélites, como: internet, monitoramento etc.

Outrossim, seria importante o desenvolvimento de nanossatélites nacionais para o setor da Defesa, que poderiam apoiar a Segurança Pública numa integração interagências, compartilhando dados de inteligência estratégica, operacional e tática.

É importante mencionar que o mercado de micro e nanossatélites tem uma tendência de crescimento, até 2028, maior que 8% ao ano, conforme o site Mordor Intelligence, acessível em https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/nano-and-micro-satellite-market.

Não obstante, essa janela de oportunidade tanto de negócios (geração de emprego e renda) quanto de salto tecnológico está diretamente relacionada com a necessidade de investimento na formação de mão de obra qualificada, o que será um grande desafio para a educação brasileira, que tem sido considerada muito aquém das nossas necessidades tecnológicas, conforme os últimos relatórios de desempenho.

Dessa forma, podemos inferir que o Brasil tem a tendência de seguir a linha da política espacial estadunidense, como abordamos no artigo "Importante passo para o controle da soberania do Brasil", de 29 de maio de 2022, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/importante-passo-para-o-controle-da-soberania-do-brasil, que dentre as várias análises realizadas, colocamos uma reflexão para o leitor se o Brasil adotaria a atual política espacial dos EUA de terceirizar o lançamento e a exploração do ambiente espacial.

O Blog é de opinião, de acordo com o exposto, que o Brasil está no caminho certo, seguindo a tendência mundial, e que poderá se transformar num ator importante na Geopolítica Espacial, notadamente na América do Sul, podendo aproveitar a oportunidade para aumentar a sua influência no Entorno Estratégico Brasileiro - EEB.

Entretanto, o desafio está na formação de mão de obra especializada, o que vai requerer uma melhora no nível educacional dos futuros trabalhadores dessa área.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:

Matéria de 22/03/2021:

Matéria de 22/03/2021:

Matéria de 07/08/2023:

Matéria de 21/01/2016:

Matéria de 22/03/2021 (a partir do minuto 2:21):


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