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A importância do Programa ARTEMIS, e a nova corrida espacial: colonização espacial.


Figura disponível em: http://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/95/2022/07/22/foguete-space-launch-system-sls-que-levara-a-missao-artemis-da-nasa-1658512313142_v2_1041x1561.jpg

O Blog em sua Seção Geopolítica Espacial, que pode ser acessada por meio do link https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/geopol%C3%ADtica-espacial, tem acompanhado a nova corrida espacial, que tem sido motivada pela época em que estamos vivendo - Era da Competição entre as Grandes Potências, representada pela disputa geopolítica entre a China, os EUA e a Rússia, conforme exemplificado no nosso artigo "A nova corrida espacial e a geopolítica do espaço: A Era da Competição entre as Grandes Potências", de 10 de janeiro de 2022, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/a-nova-corrida-espacial-e-a-geopolítica-do-espaço-a-era-da-competição-entre-as-grandes-potências, em que afirmamos que a nova corrida espacial, apesar da disputa geopolítica envolvida, poderá ser muito benéfica para o mundo, devido as inovações tecnológicas que surgirão. Entretanto, a Militarização do Espaço é algo preocupante e que outros atores vêm tentando ganhar protagonismo, o que pode aumentar a instabilidade global devido a criação de um novo ambiente de conflito, o espacial.

A atual disputa geopolítica é multidimensional e o ambiente espacial tem ganhado a cada dia mais relevância, como no período da Guerra Fria. Dessa forma, com a ascensão dos programas espaciais chinês e russo, os EUA se sentiram desafiados e começaram a retomar o seu programa espacial, notadamente em dezembro de 2017 no governo Trump, visando manter o seu protagonismo tecnológico e de influência geopolítica no mundo, dando origem ao programa ARTEMIS. O programa estadunidense possui uma visão diferente do passado, ou seja, aposta na parceria com a iniciativa privada, que no caso do ARTEMIS a empresa selecionada foi a Space X do bilionário Elon Musk.

O ARTEMIS é um programa multimissão extremamente ambicioso que pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua até 2024, bem como pretende colonizá-la e explorar os seus recursos minerais. Além disso, os ensinamentos colhidos nesse programa possibilitarão enviar uma missão tripulada à Marte, conforme podemos ver abaixo:


With Artemis missions, NASA will land the first woman and first person of color on the Moon, using innovative technologies to explore more of the lunar surface than ever before. We will collaborate with commercial and international partners and establish the first long-term presence on the Moon. Then, we will use what we learn on and around the Moon to take the next giant leap: sending the first astronauts to Mars. (fonte: https://www.nasa.gov/specials/artemis/)


Para tanto, a primeira missão, ARTEMIS 1 - não tripulada, tem previsão de iniciar neste ano (2022), mas devido a problemas técnicos e meteorológicos o seu lançamento tem sido postergado. Outro objetivo desse programa é operar uma estação orbital, chamada Gateway, ao redor da Lua, que servirá como ponto de apoio a missão lunar. Assim, no governo Biden, a NASA recebeu um orçamento bilionário para a execução do ARTEMIS.

Ademais, em 2020, os estadunidenses promulgaram os Acordos do ARTEMIS, disponível para consulta em https://www.nasa.gov/specials/artemis-accords/img/Artemis-Accords-signed-13Oct2020.pdf, que incluiu 21 países, inclusive o Brasil, que foi o primeiro país sul-americano a participar, conforme contido em https://www.nasa.gov/feature/brazil-signs-artemis-accords. O conteúdo desse documento encontra-se resumido abaixo:


"NASA announced it was establishing the Artemis Accords earlier this year to guide future cooperative activities, to be implemented through bilateral agreements that will describe responsibilities and other legal provisions. The partners will ensure their activities comply with the accords in carrying out future cooperation. International cooperation on Artemis is intended not only to bolster space exploration but to enhance peaceful relationships among nations. “Fundamentally, the Artemis Accords will help to avoid conflict in space and on Earth by strengthening mutual understanding and reducing misperceptions. Transparency, public registration, deconflicting operations – these are the principles that will preserve peace,” said Mike Gold, NASA acting associate administrator for international and interagency relations. “The Artemis journey is to the Moon, but the destination of the Accords is a peaceful and prosperous future.” The Artemis Accords reinforce and implement the 1967 Treaty on Principles Governing the Activities of States in the Exploration and Use of Outer Space, Including the Moon and Other Celestial Bodies, otherwise known as the Outer Space Treaty. They also reinforce the commitment by the U.S. and partner nations to the Registration Convention, the Agreement on the Rescue of Astronauts, and other norms of behavior that NASA and its partners have supported, including the public release of scientific data. The principles of the Artemis Accords are:

  • Peaceful Exploration: All activities conducted under the Artemis program must be for peaceful purposes

  • Transparency: Artemis Accords signatories will conduct their activities in a transparent fashion to avoid confusion and conflicts

  • Interoperability: Nations participating in the Artemis program will strive to support interoperable systems to enhance safety and sustainability

  • Emergency Assistance: Artemis Accords signatories commit to rendering assistance to personnel in distress

  • Registration of Space Objects: Any nation participating in Artemis must be a signatory to the Registration Convention or become a signatory with alacrity

  • Release of Scientific Data: Artemis Accords signatories commit to the public release of scientific information, allowing the whole world to join us on the Artemis journey

  • Preserving Heritage: Artemis Accords signatories commit to preserving outer space heritage

  • Space Resources: Extracting and utilizing space resources is key to safe and sustainable exploration and the Artemis Accords signatories affirm that such activities should be conducted in compliance with the Outer Space Treaty

  • Deconfliction of Activities: The Artemis Accords nations commit to preventing harmful interference and supporting the principle of due regard, as required by the Outer Space Treaty

  • Orbital Debris: Artemis Accords countries commit to planning for the safe disposal of debris." (fonte: https://www.nasa.gov/press-release/nasa-international-partners-advance-cooperation-with-first-signings-of-artemis-accords)


Tal documento, em nossa visão, tem a finalidade de fazer com que os EUA possam expandir a sua dominância na atual ordem mundial, que está sendo desafiada por chineses e russos, para o espaço.

É digno de nota que chineses e russos firmaram uma parceria espacial, em 09 de março de 2021, cujo um dos objetivos é a construção de uma base na Lua para exploração e pesquisas, conforme mostramos no nosso artigo "A nova corrida espacial e a geopolítica do espaço: A Era da Competição entre as Grandes Potências", e que recomendamos a leitura. Maiores detalhes dessa parceria podem ser lidos em http://www.cnsa.gov.cn/english/n6465652/n6465653/c6811380/content.html .

A parceria espacial sino-russa intenciona enviar uma missão tripulada à Lua até 2036, bem como colocar uma estação espacial ao redor dela, ou seja, muito similar aos objetivos da ARTEMIS. Destarte, a intenção chinesa é de se tornar uma potência espacial até 2045, cujo ano é próximo do limite estabelecido por Xi Jinping para realização do "sonho chinês" - 2049.

Portanto, podemos concluir que o estabelecimento dessa parceria foi uma reação ao programa ARTEMIS, e aos seus Acordos.

Logo, fica patente o motivo pelo qual os EUA tem urgência nesse projeto de retorno à Lua, bem como ele é estratégico para esse país.

Nesse sentido, o ARTEMIS tem sido alvo de críticas contundentes pelos chineses, conforme podemos observar no artigo da mídia chinesa CGTN intitulada "Imperialism on the Moon: How U.S. is taking geopolitical rivalries to space", de 17 de junho de 2022, acessível em https://news.cgtn.com/news/2022-06-17/How-U-S-is-taking-geopolitical-rivalries-to-space-1aW8n21Y5y0/index.html.

O Blog ratifica a sua análise constante no artigo "A nova corrida espacial e a geopolítica do espaço: A Era da Competição entre as Grandes Potências", bem como é de opinião de que o espaço, que era um ambiente de cooperação, agora tornou-se um palco de disputa geopolítica, como na Guerra Fria, e que o nosso país escolheu estar ao lado dos EUA.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para auxiliar em nossa análise:

Matéria de 01/09/2022:

Matéria de 02/09/2022:

Matéria de 31/07/2022 - Recomendo esse vídeo:

Matéria de 07/03/2022:

Matéria de 02/09/2022:

Matéria de 18/05/2020:

Matéria de 02/09/2022:

Matéria de 01/09/2022:

Matéria de 19/12/2019:

Matéria de 12/09/2022:


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