top of page

Uma nova era do Poder Naval - Navio Aeródromo de Drones ou Porta-Drones: ideal para o Brasil?


Figura disponível em https://www.navalnews.com/wp-content/uploads/2021/07/Turkey-to-deploy-unmanned-combat-aircraft-MIUS-from-LHD-Anadolu.jpg

O Blog em sua Seção Poder Naval, disponível em https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/poder-naval, vem apresentando ao leitor algumas informações de interesse sobre o tema, bem como alerta para a necessidade da importância do desenvolvimento tecnológico nacional para as Marinhas de Guerra, visando fazer frente aos novos cenários de conflito.

Nesse sentido, separamos dois pequenos resumos de alguns de nossos artigos, com o intuito de relembrar / situar os nossos leitores acerca do assunto:

- "O impacto da Guerra do Futuro nas Marinhas de Guerra - necessidade de pensar alto", de 09 de março de 2021, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/o-impacto-da-guerra-do-futuro-nas-marinhas-de-guerra-necessidade-de-pensar-alto-1, afirmamos que este século está sendo marcado pelo emprego maciço de novas tecnologias nos campos de batalha, além da necessidade de operar em múltiplos ambientes, onde os drones, mísseis cada vez mais precisos, ferramentas cibernéticas de ataque e o uso extensivo das Inteligências de Sinais e de Informações têm dominado as análises de estudiosos civis e militares, bem como têm sido uma grande preocupação para os setores de defesa dos Estados. Assim, já alertávamos, antes do Conflito da Ucrânia, que: "uma possibilidade tática, que pode surgir, seria o uso extensivo de drones de ataque de longo alcance, visando saturar as defesas costeiras possibilitando a aproximação, a posteriori, da força naval oponente. Com isso, poderemos ver o surgimento de porta-aviões especializados em operação de veículos aéreos não tripulados." Ademais, também dissemos que: "É esperado o uso maciço de drones por meios navais, tanto lançados por meio de superfície quanto por submarinos. pois a cada dia aumenta a necessidade de reconhecimento e de ataques que preservem a integridade das tripulações". Logo, concluímos "que o Século XXI vem trazendo vários desafios as Forças Armadas, e em especial para as Marinhas de Guerra. Dessa forma, existe a necessidade, por parte dos Estados, de realizar uma atualização em suas estratégias marítimas, frente a Guerra do Futuro. Ademais, investimentos em tecnologia são fundamentais sob risco das Marinhas ficarem anacrônicas, pois a era da Revolução 4.0 se aproxima"; e


- "A Guerra do Futuro já chegou?", de 15 de novembro de 2022, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/a-guerra-do-futuro-já-chegou, em que temos alertado sobre a necessidade de se atentar para as novas formas de combate, visando nos prepararmos adequadamente para possíveis situações adversas, principalmente com o desenvolvimento de tecnologia própria. Com isso, no atual conflito da Ucrânia observamos que há a ratificação do que vínhamos informando ao leitor, inclusive não constituindo novidade para o Blog o ataque ucraniano aos navios da esquadra russa do Mar Negro por meio do uso simultâneo de drones aéreos, cerca de 8, e de superfície, em torno de 7, em que pese tal procedimento tático, que já tínhamos alertado em 2021, ter sido algo inesperado e espantoso para alguns. Portanto, a Guerra do Futuro já se faz presente nos conflitos de hoje.


Nesse cenário, numa cerimônia em Istambul, em 10 de abril de 2023, o Primeiro-Ministro turco Recep Tayyip Erdogan apresentou o seu primeiro Navio Aeródromo para operar drones, ou Porta-Drones. Trata-se do TCG Anadolu, o maior navio da marinha turca, com 231 metros de comprimento. Acordo informações, o navio poderá carregar 11 aviões de combate não tripulados e mais 19 helicópteros no hangar, ou dependendo da configuração da "ala aérea" embarcada poderá levar cerca de 80 drones

Conforme o site Naval News, em 01 de maio de 2022, acessível em https://www.navalnews.com/naval-news/2022/05/here-is-how-uavs-will-be-recovered-aboard-tcg-anadolu/, o TCG Anadolu poderá operar com vários Veículos Aéreos Não Tripulados - VANTs, como o caça BAYRAKTAR KIZILELMA, que poderá realizar missões de combate aéreo e de apoio as operações terrestres. Assim, colocará a marinha turca em outro patamar, contribuindo para tornar a Turquia uma potência regional, e quiçá um ator global, haja vista a excelência dos seus drones que foram testados em vários conflitos, como: Armênia x Azerbaijão; Rússia x Ucrânia; Líbia e Síria.

Outrossim, vemos outros países como o Irã desenvolvendo drones, que podem ser operados pelos seus meios navais. Da mesma forma que os turcos, os drones iranianos têm-se mostrado eficazes, como verificado no atual conflito da Ucrânia, em que têm sido utilizados pelos russos.

É digno de nota que o uso de tais meios têm contribuído para a dissuasão estratégica tanto da Turquia quanto do Irã.

Dessa forma, com base nos casos turco e iraniano, o Blog acredita que o Brasil poderia trilhar o mesmo caminho, pois possui empresas civis com capacidade de desenvolvimento tecnológico suficiente para prover VANTs à Marinha do Brasil, visando aumentar a sua letalidade e capacidade de esclarecimento no mar.

Assim, poderíamos incrementar a nossa capacidade de dissuasão, pois, como temos sempre alertado, a nossa vulnerabilidade está na fronteira oriental - Atlântico Sul. Logo, a partir de nossas análises, afirmamos que o Brasil caso tenha a sua soberania contestada no mar, será, com toda certeza, por um país com Poder Naval superior.

Ademais, como o nosso país não investe como deveria em seu setor de Defesa, em nossa visão, o exemplo turco poderia ser uma solução compatível com a situação econômica brasileira, pois manter Porta-Aviões possui um custo extremamente elevado, seja na parte material quanto na parte de pessoal, como formação de pilotos, aeronaves etc, ainda mais quando o país não possui uma mentalidade de defesa. O caso mais recente foi o ex-Navio Aeródromo São Paulo.

Entretanto, é necessário que o Poder Político contribua para a realização de tal capacidade, fomentando o desenvolvimento tecnológico e garantindo o mercado interno da Base Industrial de Defesa, como analisamos nos nossos artigos "Tecnologia própria é independência! Será que estamos atentos a isso? Análise da Defesa brasileira" , e "Tecnologia própria é independência! Será que estamos atentos a isso? Parte II", disponíveis na Seção Brasil.

O Blog é de opinião que não devemos mais ficar adquirindo VANTs de tecnologia estrangeira, mas, sim, investir e equipar as nossas forças armadas com drones de tecnologia nacional. Afinal, do que adianta ficar estudando os conflitos do cenário internacional, como o da Ucrânia, se não tomamos medidas concretas para mitigar as nossas vulnerabilidades, ainda mais quando sempre temos dito em nossos artigos e palestras que estamos vivendo num MUNDO MAIS IMPREVISÍVEL E MENOS SEGURO?

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para as nossas análises:

Matéria de 11/04/2023:

Matéria de 23/04/2023:

Matéria de 16/12/2022:

Matéria de 15/07/2022:






bottom of page