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Instabilidade na região do Indo-Pacífico e a possível recriação da Primeira Esquadra dos EUA.


Figura disponível em: https://foreignaffairsnews.com/wp-content/uploads/2020/10/Indo-Map.jpg

O Blog em seu artigo "A Estrela Vermelha: o crescimento da marinha chinesa e os seus impactos geopolíticos", acessível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-estrela-vermelha-o-crescimento-da-marinha-chinesa-e-os-seus-impactos-geopolíticos , mostrou que a China considera o seu poder naval como um instrumento fundamental em sua política de implementar o Sonho Chinês, bem como para o atingimento de seus objetivos geopolíticos, e que recentemente se transformou numa das marinhas mais poderosas do mundo, sendo um desafio aos EUA na era da competição entre as grandes potências. Além disso, a disposição das bases chinesas, também conhecida como "rota do colar de pérolas", está associada a rota marítima de interesse da China pelo Oceano Índico.

Existem três correntes sobre a análise comparativa entre as marinhas sino-estadunidense, que mostraremos resumidamente abaixo:

  • que a marinha chinesa já consegue fazer frente a marinha estadunidense, ou seja, está no mesmo nível;

  • que a China já possui uma força naval mais poderosa que a dos EUA;

  • que apesar dos chineses possuírem uma marinha moderna e em franca expansão, ainda estão num nível abaixo dos estadunidenses, mas que em breve os ultrapassarão em letalidade e tecnologia, sendo primordial que os EUA, visando manterem-se como potência naval hegemônica, construírem alianças que possam conter o expansionismo chinês, e para tanto faz-se necessário aumentar a sua presença global, bem como aumentar e modernizar a US Navy.

Atento a isso, foi elaborado para o Congresso estadunidense um relatório intitulado: China Naval Modernization: Implications for U.S. Navy Capabilities—Background and Issues for Congress, elaborado em 03 de dezembro, e que pode acessado no Blog em: https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_3f1def84bfe84abc947c7fccabe8047d.pdf. No documento constam as análises sobre alguns dos modernos meios navais chineses, aborda o seu sistema Anti-Access / Area Denial (A2/AD), bem como demonstra os esforços da marinha estadunidense em se contrapor a marinha chinesa e em dificultar a modernização dos meios daquela marinha, sendo citada a importância da cooperação com os aliados estadunidenses na região do Indo-Pacifico.

Dessa forma, começa a ganhar força o discurso do Secretário da Marinha dos EUA Kenneth Braithwaite, quando durante o evento Naval Submarine League’s annual symposium, que foi realizado em 17 de novembro, abordou a importância de se criar uma nova esquadra para a região do Indo-Pacífico, e que já existiu no passado como a Primeira Esquadra (First Fleet). O motivo se deve ao fato de que a Sétima Esquadra (Seventh Fleet) não é suficiente para fazer frente a ameaça chinesa nos Mares do Sul da China e da China Oriental, além de ter que conter o expansionismo chinês na região do Indo-Pacífico.

Sugerimos a releitura do artigo "A limitação geográfica marítima chinesa e sua vulnerabilidade geopolítica", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-limitação-geográfica-marítima-chinesa-e-sua-vulnerabilidade-geopolítica , bem como os nossos artigos da Seção China que abordam as tensões marítimas entre o governo de Pequim e os demais governos da região, como Taiwan, Japão e outros. Seguem abaixo alguns trechos da sua fala, e que podem ser verificados no link https://thediplomat.com/2020/11/us-navy-secretary-proposes-new-indo-pacific-fleet/ :

“We want to stand up a new numbered fleet. And we want to put that numbered fleet in the crossroads between the Indian and the Pacific oceans, and we’re really going to have an Indo-PACOM footprint.”
“We can’t just rely on the 7th Fleet in Japan. We have to look to our other allies and partners like Singapore, like India, and actually put a numbered fleet where it would be extremely relevant if, god forbid, we were to ever to get in any kind of a dust-up,”

Tal proposta tinha anuência do ex-Secretário de Defesa dos EUA Mark Esper.

A ideia da criação dessa nova esquadra, apesar de ser importante para os principais aliados dos EUA na região, como a Índia e a Austrália por contribuir para a contenção do expansionismo chinês, ao mesmo tempo é visto por certos analistas indianos como uma possibilidade de diminuição da importância e do protagonismo da sua marinha nessa área marítima. Sendo assim, a Índia vê essa iniciativa com cautela.

Caso a proposta seja aprovada e siga adiante no governo de Joe Biden, deverá ser decidido onde ficará baseada essa nova esquadra. Atualmente, os candidatos mais promissores são a Austrália e a Singapura.

O Blog é de opinião que é muito provável a criação de uma Esquadra dedicada a região do Indo-Pacífico, que tem tido aumentada a sua importância geopolítica, não somente devido a ameaça chinesa, mas também em razão da futura presença russa com uma base no Sudão, conforme abordamos no artigo "A nova base russa e a sua importância geopolítica", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-nova-base-russa-e-a-sua-importância-geopolítica. Além disso, concordamos com a terceira corrente sobre análise comparativa entre as marinhas sino-estadunidense, conforme mencionamos anteriormente nesse artigo.

Sendo assim, resta-nos a observar como reagirá a China e a Rússia com a possível criação dessa nova esquadra.

Qual a sua opinião sobre o assunto?

Seguem alguns vídeos sobre o tema:

Matéria de 03/12/2020:

Matéria de 21/07/2020:

Matéria de 16/09/2020:

Matéria de 04/12/2020:

Matéria de 20/11/2020:


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