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Ilhas Curilas: obstáculo para assinatura do tratado de paz entre Rússia e Japão.


Figura disponível em: https://m.dw.com/image/18958022_105.png

A disputa pela soberania das Ilhas Curilas (Kuril Islands) entre a Rússia e o Japão vem de longa data, desde o Século XIX, devido a demarcação de fronteiras marítimas. Nessas disputas, o Japão saiu-se melhor devido a sair-se vitorioso na Guerra Russo-Japonesa de 1904, onde conseguiu o controle de todas as ilhas. Porém, após a II Guerra Mundial, em 1945, com a derrota do Eixo para os aliados, a ex-União Soviética passa novamente a ter a soberania sobre as Curilas. Com o fim do comunismo soviético, a Rússia permanece com o controle das ilhas até os dias atuais.

Desde 1945, foram realizadas algumas tratativas com o intuito de que os governos soviético (agora russo) e japonês pudessem negociar a assinatura do tratado de paz, encerrando oficialmente o estado de guerra entre os dois países. Entretanto, as tratativas não tiveram êxito, por várias razões: aliança militar entre Japão e os EUA, a necessidade do Japão em reconhecer e aceitar a soberania russa sobre todas as ilhas para possibilitar a assinatura do tratado de paz, e a obrigação russa de após o tratado assinado, em devolver ao Japão a posse de 4 ilhas: Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai. As referidas ilhas são consideradas como Territórios do Norte pelo governo japonês.

As ilhas Curilas possuem importância estratégica para a Rússia devido a sua localização, como uma fronteira no Mar de Okhotsk, permitindo o seu acesso ao Oceano Pacífico, sem uma contenção. Além disso, possui grandes recursos pesqueiros, e são tratadas como motivo de orgulho nacional em ambos os países. A maioria da população das ilhas não deseja que a soberania seja trocada, mas tem esperança que um acordo econômico seja assinado entre os dois governos.

A Rússia vem realizando pequenas melhorias na infraestrutura das cidades nas ilhas disputadas.

A partir de 2018, as negociações voltaram a acontecer e havia uma perspectiva da conclusão em 2019, o que não ocorreu. Atualmente, esse acordo ganhou uma maior importância geopolítica para ambos os governos, conforme podemos ver a seguir:

  • devido aos embargos econômicos sobre a Rússia aplicados pelo G7, devido a anexação da Crimeia, um tratado sobre as ilhas poderia ter como uma das consequências, um acordo econômico com o Japão, o que aliviaria a pressão sobre Putin. Além disso, outra consequência seria colocar um desgaste entre Japão e os EUA (atualmente esses governos têm tido problemas políticos), bem como melhorar as relações russo-japonesas;

  • o Primeiro Ministro Shinzo Abe necessita fortalecer a sua posição perante a população japonesa e a assinatura do tratado, com a devolução das 4 ilhas, seria um ótimo marco para o seu governo. Ademais, uma melhoria das relações com a Rússia e a possibilidade de uma aliança poderiam ser importantes num momento em que a China vem aumentando a pressão sobre os países do Pacífico, principalmente na área do Mar do Sul da China. O Japão acredita que num futuro, a Rússia verá o governo chinês como uma ameaça.

Convém acompanharmos como os EUA reagirão perante tal acordo entre a Rússia e o Japão, numa época de competição entre as grandes potências: EUA - China - Rússia.

O Blog acredita que a Rússia tentará utilizar as ilhas como "moeda de troca" para aliviar a sua situação econômica, bem como criará um desgaste nas relações do Japão com os EUA. Para tanto, realizará vários movimentos geopolíticos, visando atingir os seus objetivos.

Seguem alguns vídeos sobre o tema para análise:









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