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O uso da migração de refugiados como arma política. Parte II. Polônia: o novo alvo bielorrusso.


Figura disponível em: https://cbsnews3.cbsistatic.com/hub/i/r/2021/11/09/f61a7179-2075-421a-8a88-96a7d89a8efd/thumbnail/1200x630/5e026b1019b0565b24f5ad1a382a53a9/belarus-poland-border-migrants.jpg

A Bielorrússia e a Polônia estão vivenciando uma tensão que poderá escalar para uma crise militar, em virtude do governo de Minsk estar utilizando, de forma proposital, um contingente de cerca de mais de 3.000 refugiados, em sua maioria oriunda do Oriente Médio, visando retaliar o governo de Varsóvia, pois este apoia o movimento oposicionista bielorrusso, assim como a Lituânia. Vários analistas consideram que esse ato é um claro ataque híbrido por parte da Bielorrússia.

Convém mencionar que a Rússia, que apoia o regime autoritário de Lukashenko e considera a Bielorrússia estratégica para a sua segurança, é o país que melhor emprega as táticas de Guerra Híbrida no mundo, conforme o artigo "O renascimento russo e a ameaça à Europa", acessível em https://www.atitoxavier.com/post/o-renascimento-russo-e-a-ameaça-à-europa.

Nesse sentido, o Blog concorda que Aleksandr Lukashenko está realizando um ataque híbrido a Polônia, como fez com a Lituânia.

Figura disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/1632/idt2/idt2/b2e2f212-88aa-44a6-b721-f3f43bc543fd/image/816

O Blog em sua análise já alertava, em 14 de agosto, que isso iria se repetir contra Polônia, conforme podemos ver no artigo abaixo, de forma resumida:


"O uso da migração de refugiados como arma política: Guerra Híbrida?", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/o-uso-da-migração-de-refugiados-como-arma-política-guerra-híbrida, em que afirmamos que desde julho deste ano, o governo do ditador Lukashenko está empregando refugiados iraquianos e sírios para tentar desestabilizar o governo lituano, e possivelmente utilizará o mesmo procedimento contra o governo polonês, devido as sanções econômicas que vem sofrendo e que foram impostas pela União Europeia, em relação ao desvio de um avião civil que continha um opositor ao governo de Minsk, bem como ao apoio que esses Estados têm prestado ao oposicionistas do regime autoritário bielorrusso. Nesse sentido, em nossa análise, o emprego da migração de refugiados como arma política de coerção, chantagem e de desestabilização política faz parte da Guerra Híbrida. Além disso, podemos verificar que tal "manobra", que consideramos infame, é praticada por governos autoritários e antidemocráticos. Também falamos que, geralmente, os alvos desses governos autoritários são Estados democráticos. Outro ponto interessante que observamos é que no passado eram praticados por Estados militarmente mais fracos contra os mais fortes, mas com o advento da Guerra Híbrida, isso vem mudando, conforme alguns casos demonstraram: Turquia x Grécia; Bielorrússia x Lituânia etc.

O governo polonês vem afirmando que o movimento bielorrusso atenta contra a sua segurança nacional, e com isso mobilizou cerca de 12.000 militares, entre policiais e membros das Forças Armadas, para as proximidades da região de Kuznica que faz fronteira com a Bielorrússia.

Acordo informações da Inteligência europeia, o governo de Minsk estaria utilizando aeronaves para levar refugiados, em sua maioria sírios e iraquianos, para a Bielorrússia, bem como incentivando-os a irem para o seu pais, para com isso empregá-los como arma política contra alvos geopolíticos. Outrossim, existem relatos de presença de refugiados oriundos do Norte da África.

Dessa forma, a União Europeia - UE e a OTAN têm feito pressão em várias companhias aéreas para não realizarem voos dessas localidades para o território bielorrusso.

Na figura a seguir podemos observar algumas rotas empregadas pelos imigrantes para chegar a Bielorrússia:

Figura disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/61/2021_Belarus-EU_border_crisis_-_general_map.png/800px-2021_Belarus-EU_border_crisis_-_general_map.png

Em que pese o governo de Minsk ter como alvos os Estados vizinhos que lhe são contrários, os ataques híbridos também têm como objetivo desestabilizar a UE, devido as sanções econômicas que vem sofrendo e que foram originadas por esse bloco.

É digno de nota que esses tipos de ataque híbridos, em que se usam refugiados como peões, sempre causarão crises humanitárias, bem como, com esse expediente infame, permitirão com que haja o incremento da oportunidade de recrutamento de pessoas para os grupos extremistas e organizações criminosas, como abordamos no artigo "O uso da migração de refugiados como arma política: Guerra Híbrida?"

Destarte, essa é a forma usada para tentar desestabilizar os países da UE, que é um dos objetivos geopolíticos da Rússia, e portanto existe a tendência da OTAN em apoiar os países que fazem o papel de contenção aos refugiados que desejam adentrar na Europa ocidental em busca de melhores condições de vida. Não podemos esquecer que a Turquia se vale desse expediente para tentar atingir alguns dos seus objetivos estratégicos.

Assim sendo, podemos inferir que a Bielorrússia está se tornando um centro de instabilidade político-militar para a Europa Ocidental, e que estaria sendo apoiada pela Rússia, que é a principal interessada nesse intento.

Nesse sentido, na análise do Blog, há o aumento da insegurança no continente europeu, com a ratificação da ameaça russa à estabilidade política da UE, bem como o incremento da pressão militar sobre OTAN.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar a nossa análise:

Matéria de 08/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:

Matéria de 09/11/2021:


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