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Pirataria no Golfo da Guiné: aumento da militarização no entorno estratégico brasileiro.


Figura disponível em: https://cdn.cmjornal.pt/images/2018-03/img_1280x720$2018_03_24_00_36_43_722029.jpg

Como abordamos em postagens anteriores, a África Ocidental está no interior do entorno estratégico brasileiro, e não é interesse do Brasil que haja uma militarização do Atlântico Sul, pois vai de encontro aos interesses geopolíticos brasileiros. Porém, quando fizemos uma abordagem sobre a Nigéria, verificamos que isso está acontecendo.

Atualmente as águas do Golfo da Guiné são as mais perigosas para o tráfego marítimo, em virtude dos atos de pirataria e de crimes transnacionais que lá acontecem a muito tempo, mas que somente nos últimos anos vem chamando a atenção da agenda mundial. Isso se deve pelo decréscimo dos atos de pirataria na região do "chifre da África", onde os piratas somalis ganharam grande destaque na mídia internacional, até com o filme Capitão Phillips estrelado por Tom Hanks, bem como pelo acréscimo das notificações dos crimes na região, onde o sequestro de tripulações de navios mercantes tem aumentado (uma das possíveis causas é a queda no preço do barril do petróleo, que vem fazendo com que o roubo de carga de óleo perdesse um pouco a atratividade).

Os países que fazem parte do Golfo da Guiné são: Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial e Gabão (parte norte), além de São Tomé e Príncipe.

A figura a seguir nos mostra como a África Ocidental vem se destacando negativamente na insegurança marítima. Porém, um detalhe que chama a atenção é o aumento da atividade criminosa na área da América Latina e Caribe.

A figura abaixo nos mostra como a atividade dos crimes no Golfo da Guiné está elevado.


A diminuição da pirataria no Golfo de Áden, a partir de 2012, deveu-se a uma boa cooperação internacional no tocante ao incremento da segurança marítima nessa região (entre 2014 e 2018 só foram reportados 4 ataques piratas), por meio do envio de navios e aeronaves para efetuar patrulhas na costa da Somália, como a Operação Atalanta (iniciativa da União Européia, que criou uma Força Naval) e a Combined Task Force 151 (CTF-151) que é uma Força-Tarefa multinacional criada por resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Figura disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/16B22/production/_104626929_chart-somali_pirates-fs2sx-nc.png

Os países do Golfo da Guiné não possuem uma coordenação eficaz para efetuar o combate a pirataria na região, e com isso começa a haver um aumento da militarização por parte de outros governos, visando proteger os seus interesses nacionais.

Escolhemos as estatísticas da Risk Intelligence para mostrarmos como se dão as atividades criminosas nas águas da região estudada.

Neste cenário, poderemos ter a criação de uma Força-Tarefa multinacional para combater a pirataria e outros crimes na região do Golfo da Guiné, a exemplo do que ocorreu no Golfo de Áden, mas a certeza é que haverá o aumento da militarização na região, com a implementação de possíveis bases de potências estrangeiras na África Ocidental. O blog também acredita que após a pandemia, as atividades ilícitas poderão aumentar na região, pois deverá haver um incremento da pobreza na área, aumentando a insegurança marítima.

Como a área está no entorno estratégico do Brasil, não há interesse geopolítico brasileiro na militarização do Atlântico Sul, e se o nosso país pretende ter protagonismo na sua área de influência, o apoio brasileiro no combate a tais ilícitos em cooperação com os países dessa região seria fundamental para a projeção do país junto aos governos locais, bem como no cenário internacional.

Qual a sua opinião sobre isso? Você acha que o Brasil deve participar ativamente para incrementar a segurança marítima nessa região? Será que é tarde demais para o nosso protagonismo nesse tema?

Seguem alguns vídeos para análise (legendas podem ser inseridas):



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