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O Novo Wagner Group e os seus impactos geopolíticos.


Figura disponível em https://d1y8sb8igg2f8e.cloudfront.net/images/shutterstock_378486568_r7JUvS6.width-800.jpg

O Blog vem acompanhando algumas empresas militares privadas - EMP, por meio dos seus artigos, e dentre elas merece destaque a EMP russa Wagner Group, que sempre contribuiu para o atingimento dos objetivos geopolíticos do governo de Moscou no mundo, notadamente na África, na Síria e na Ucrânia.

Dessa forma, recomendamos a releitura dos nossos artigos selecionados, abaixo, que versam sobre o grupo mercenário russo, e que poderão contribuir com o leitor para o entendimento da sua relevância:


_ "Seção Inteligência: Os mercenários russos", de 28 de maio de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/seção-inteligência-os-mercenários-russos, em que dissemos que o grupo fazia parte da "guerra híbrida" russa, e que o emprego dessa EMP pelo governo russo era uma ferramenta eficiente para a sua política externa;


_ "A criatura tenta ser maior que o criador? Wagner Group x Putin", de 24 de junho de 2023, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/a-criatura-tenta-ser-maior-que-o-criador-wagner-group-x-putin. Neste artigo, além das várias análises realizadas, destaca-se a nossa afirmação: "um dos ensinamentos obtidos é que o Estado deve regular o funcionamento e a criação das Empresas Privadas de Segurança e as Militares, visando ter o controle efetivo delas. Nos parece que, talvez, o governo russo atentou para isso tardiamente".


Após várias especulações sobre a morte do ex-líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em 23 de agosto de 2023, que ocorreu em virtude da queda do avião onde era um dos passageiros, muitos analistas se perguntavam qual seria o possível destino dessa EMP russa. Convém mencionar que logo após a morte de Prigozhin, Putin publicou um decreto obrigando a todos os mercenários a jurarem lealdade e obediência ao seu governo.

Logo, a nossa análise de 24 de junho de 2023 se materializou no decreto russo, do mês seguinte, como verificamos acima.

As figuras a seguir nos dão uma ideia da atuação desse Grupo durante o período de liderança de Prigozhin:


Figura disponível em https://time.com/6300145/wagner-group-niger-future/

Os novos acontecimentos geopolíticos, como o conflito Israel x Hamas, fizeram com que o tema ficasse em segundo plano e, consequentemente, tanto parte da mídia brasileira especializada em defesa quanto alguns analistas deixassem de abordar este assunto.

Entretanto, temos observado que vários países africanos que estavam tendo apoio militar do Wagner Group, continuaram tendo suporte russo, bem como verificamos um aumento da influência de Moscou na região. Sugerimos a leitura do nosso artigo "Crise no Senegal: instabilidade na África Ocidental", de 11 de fevereiro de 2024, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/crise-no-senegal-instabilidade-na-áfrica-ocidental.

Portanto, podemos concluir que as operações do Grupo Wagner na África nunca cessaram, muito pelo contrário, havendo um aumento de suas bases militares, notadamente no Mali.

Em contrapartida ao apoio militar russo, o governo de Moscou tem ganhado várias concessões de mineração, substituindo as empresas Ocidentais, principalmente as francesas, chamando atenção a possibilidade de interrupção do fornecimento de urânio proveniente do Níger para a França. Nos nossos artigos, disponíveis na Seção África - https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/%C3%A1frica - abordamos a disputa geopolítica entre a Rússia e a França no continente africano.

Outrossim, podemos ver, também, essa constatação no artigo abaixo da Revista Exame, de 27 de fevereiro de 2024:


"Por exemplo, foi proposto que as relações da Rússia com o Níger poderiam ser usadas para ameaçar o acesso da França ao urânio extraído no país, aumentando ainda mais a dependência do setor energético francês do urânio fornecido pela Rússia" (fonte: https://exame.com/mundo/russia-aumenta-influencia-na-africa-com-pacote-de-sobrevivencia-a-governos/)


Nesse sentido, o Wagner Group foi assimilado e reorganizado oficialmente pelo governo de Putin, via o Ministério da Defesa, sob a supervisão do General Yunus-Bek Yevkurov (Vice Ministro da Defesa), passando a ter duas ramificações:


  • Corpo Expedicionário - operaria fora do território russo. No caso africano, passou a ser conhecido como Russia Africa Corps. De acordo com informações coletadas, este Corpo estaria sob o Comando do General Andrey Averyanov, pertencente à Agência de Inteligência Militar russa GRU - ver o artigo "Seção Inteligência: Inteligência russa parte II - agressividade e eficiência global", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/seção-inteligência-inteligência-russa-parte-ii-agressividade-e-eficiência-global. Como a forma de atuação é muito similar ao do Wagner Group, com a diferença de que agora ficou mais clara a "mão" do governo russo nos Golpes de Estado na África, muitos analistas têm dado a alcunha de Wagner 2.0;

  • Corpo de Voluntários - atua no atual Conflito da Ucrânia. Vários mercenários foram incorporados à Guarda Nacional Russa, conhecida como Rosgvardia, sob o comando do General Viktor Zolotov, que ganhou proeminência junto à Putin no evento do motim liderado por Prigozhin.


Nesse cenário, a Rússia tem se destacado e se transformado num dos principais "players" na África, por meio do Wagner Group e agora pelo seu Africa Corps, aumentando a sua influência na região, inclusive com a oferta de energia de nuclear para o fornecimento de energia elétrica e de produção de água, que são grandes obstáculos para o crescimento e a industrialização africana, a alguns países africanos por intermédio da empresa Rosatom, conforme podemos ver nas matérias constantes nos links https://rosatomnewsletter.com/pt/2023/08/30/africa-learns-russian-atoms/ e https://www.dw.com/pt-002/%C3%A0-lupa-mali-sonha-com-a-energia-nuclear-%C3%A9-vi%C3%A1vel/video-67314313.

Dessa forma, existe uma tendência do aumento da influência russa na África, inclusive em direção a sua parte Ocidental, que faz parte do Entorno Estratégico Brasileiro - EEB, sendo, assim, mais um país, além da China, dos EUA e da França, a diminuir o protagonismo brasileiro nessa região.

O Blog é de opinião que Putin tem sido tido certo sucesso em desafiar o Ocidente, utilizando todos os meios de que dispõe, confirmando o que já havíamos afirmado: "que a Rússia é a maior ameaça militar ao Ocidente", conforme consta no nosso artigo "Rússia: a principal ameaça a paz e a segurança internacional no atual cenário mundial", de 17 de junho de 2021, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/rússia-a-principal-ameaça-a-paz-e-a-segurança-internacional-no-atual-cenário-mundial.

Além disso, a Rússia conseguiu se firmar como um Centro de Poder no Século XXI, merecendo atenção e acompanhamento, pois vem aumentando o seu poder e influência no Sul Global, que tem sido disputado, também, pela China e pelo atual governo do Brasil.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar a nossa análise:

Matéria de 28/02/2024:

Matéria de 08/02/2024:

Matéria de 02/11/2023:

Matéria de 07/02/2024:

Matéria de 05/02/2024:

Matéria de 23/11/2023:

Matéria de 02/03/2024:




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