top of page

Geopolítica do Nilo Parte II. Possível escalada da crise.


Figura disponível em: https://atalayar.com/sites/default/files/inline-images/Atalayar_Mapa%20de%20Africa%20Oriental.jpg

O Blog em seu artigo "A Geopolítica do Nilo: controle da água. Possível fonte de conflito ou de cooperação?", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/a-geopolítica-do-nilo-controle-da-água-possível-fonte-de-conflito-ou-de-cooperação, afirmou que:

  • 85% do Nilo é proveniente de seu afluente Blue Nile que nasce na Etiópia;

  • o rio Nilo é estratégico para o Egito, e que historicamente detinha o controle do rio;

  • a construção da barragem chamada Grand Ethiopian Renaissance Dam, que fornecerá energia elétrica suficiente para atender a demanda de toda a sua população e ainda poder comercializar o excedente, o que proporcionará melhor qualidade de vida para os etíopes e dinamizará a economia do país. Com isso, a represa torna-se estratégica para a Etiópia e motivo de orgulho nacional, devido ao que pode prover ao país, mas impactará no fornecimento de água para o Sudão e o Egito, tornando o governo etíope o controlador do fluxo de água para o Nilo;

  • o Egito, Sudão e Etiópia têm se reunido, sem grandes avanços, com o intuito de chegar a um acordo que não seja prejudicial para os países. Com a barragem pronta e sem sucessos nas negociações, o governo etíope alertou que iniciaria o enchimento do reservatório, o que deixou os outros países muito incomodados, principalmente o Egito. Nesse cenário, houve uma escalada na crise entre a Etiópia e o Egito, sendo cogitado o emprego militar por ambas as partes;

  • trata-se de uma disputa geopolítica relevante e que um conflito de larga escala entre o Egito e a Etiópia não é provável, pois a destruição da represa por parte do poderio militar egípcio poderia colocar como alvos para as forças etíopes as suas represas;

  • podemos verificar que a geopolítica da região está sendo alterada, pois no passado o controle da água do Nilo estava nas mãos do Egito, e agora passará para a Etiópia;

Nesse cenário, as negociações continuam no impasse, e a Etiópia continua a encher o reservatório de sua represa. Com isso, o Egito e o Sudão apelaram para que o Congo possa ser o mediador da problemática, pois assumiu a presidência da União Africana - UA por um período de 2 anos. A mediação pela UA era o que pleiteava o governo de Adis Abeba.

Porém, os governos do Cairo e de Cartum apelaram também para os EUA, ONU e União Europeia para tentar convencer a Etiópia para um caminho negociado, o que até o momento não surtiu efeito. Essa tem sido uma tentativa de manobra política do Egito em trazer para as negociações uma potência que possa lhe apoiar, mas não obteve sucesso.

Dessa forma, o governo egípcio tem tentado influenciar alguns governos da África Oriental para apoiar os seus interesses.

Além disso, o Egito tem sido acusado pela Etiópia de dar suporte a grupos rebeldes etíopes, como os Gumuz rebels e o Tigray People's Liberation Front (TPLF), e com isso tentar desestabilizar o governo etíope, forçando uma troca de poder. Isso poderia facilitar a retomada das negociações sobre a problemática da represa com melhores condições, pois a liderança etíope estaria fragilizada.

Convém mencionar que por ocasião do conflito interno etíope entre as Forças legais e o TPLF, o Sudão tomou o controle de uma área disputada entre os dois países conhecida como al-Fashaqa, aproveitando que o exército etíope estava ocupado, ainda mais devido ao fluxo de refugiados desse conflito para o Sudão, o que elevou a tensão entre esses governos. Acordo informações e opiniões de analistas, o Egito estaria incentivando uma postura agressiva por parte do Sudão, resultando numa assinatura recente de um acordo militar com esse país.

Figura disponível em: https://www.ft.com/__origami/service/image/v2/images/raw/https%3A%2F%2Fd6c748xw2pzm8.cloudfront.net%2Fprod%2Fc855c770-1e94-11eb-a083-dd0631388cd8-standard.png?dpr=1&fit=scale-down&quality=highest&source=next&width=700
Figura disponível em: https://c.files.bbci.co.uk/70BE/production/_116326882_fa5cb745-a122-4396-90f0-6e2f58e22fd0.jpg

O Blog é de opinião que, devido a Etiópia não ter aceitado retomar as negociações, está sendo perdida uma oportunidade de se ter um período de cooperação entre os países envolvidos na questão, como analisamos no artigo anterior sobre o assunto. Além disso, o Egito tem empregado, em nossa análise, a GRAY ZONE para tentar uma possível desestabilização da região do "Chifre da África", visando a obter uma melhor negociação sobre a Hidrelétrica etíope e assim atingir os seus objetivos geopolíticos.

Dessa forma, ratificamos a nossa análise do artigo anterior sobre o tema, em que afirmamos que esse assunto deve ficar como aprendizado a importância de se diversificar as fontes de energia e de diminuir a dependência hídrica de outro país.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para nos ajudar nas nossas análises:

Matéria de 03/02/2021:

Matéria de 03/03/2021:

Matéria de 02/03/2021:

Matéria de 24/01/2021:

Matéria de 13/02/2021:

Matéria de 03/03/2021:

Matéria de 05/12/2020:

Matéria de 15/01/2021:

Matéria de 03/03/2021:


bottom of page