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EUA pretendem lançar constelação de satélites espiões.


Figura disponível em https://www.spoc.spaceforce.mil/News/Article-Display/Article/2869136/ula-atlas-v-launches-space-test-program-sat-6-ldpe-1-into-orbit

Matheus Marculino dos Santos*


O Blog vem acompanhando por meio dos seus artigos, que podem ser lidos nas seções China, Ásia, EUA e Geopolítica Espacial, as crescentes tensões envolvendo os EUA e as dificuldades na mediação para o alcance da paz. Em uma tentativa de aumentar a sua segurança territorial e a vigilância sobre os seus potenciais adversários, como a China e a Rússia, os EUA pretendem lançar, em meados de Julho e Agosto, uma constelação de satélites espiões. Esse projeto é resultado de uma colaboração entre o Departamento de Defesa e a Força Espacial dos EUA, estabelecida em 2019.

A constelação de satélites será lançada a partir do foguete Atlas V, que é operado pela joint venture entre a Lockheed Martin e a Boeing, conhecida como United Launch Alliance (ULA). Essa colaboração entre duas empresas norte-americanas do setor aeroespacial e de defesa tem como objetivo estimular a indústria nacional a desenvolver tecnologias espaciais de lançamento mais sofisticadas e competir com a China nesta área. Vale ressaltar que a China tem conquistado avanços significativos no desenvolvimento de tecnologias espaciais de ponta por meios próprios, e do ponto de vista estratégico, a parceria entre as empresas norte-americanas visa fortalecer a posição de liderança estadunidense no segmento espacial.

Na atual geopolítica espacial, os investimentos em equipamentos de ponta pelos EUA asseguram a sua liderança na inovação tecnológica, na sua projeção de poder ao redor do mundo e no seu comando do espaço, que é o uso do espaço sideral para o acesso às linhas de comunicação em tempos de guerra e de paz. Ou seja, a manutenção da presença norte-americana no espaço sideral garante prestígio internacional neste segmento dominado por um seleto grupo de países, maior capacidade de defesa e influência na elaboração de Tratados que regulamentam este mais novo ambiente de exploração humana.

Um dos objetivos dos novos equipamentos espaciais dos EUA é monitorar os satélites e veículos espaciais russos e chineses. Visto a parceria sem limites, estabelecida entre China e Rússia, para conter as potências ocidentais, as relações espaciais entre as duas potências indicam um aprofundamento na cooperação para balancear a superioridade tecnológica e militar dos EUA.

Outras informações sobre essa iniciativa estadunidense podem ser lidas na matéria do The Japan Times, intitulada "New U.S. spy satellites to track Chinese and Russian threats in orbit", de 07 de junho de 2023, disponível em https://www.japantimes.co.jp/news/2023/06/07/world/us-spy-satellites-track-chinese-russian-threats/ .

Além disso, há a questão da guerra da Ucrânia, que perdura por mais de 500 dias sem uma solução. Satélites espiões desempenham um papel fundamental ao fornecer imagens em tempo real do campo de batalha, com finalidades tanto militares quanto civis. Por exemplo, ao guiar os drones, mísseis, informar o deslocamento de tropas russas e o monitoramento de ajuda humanitária.

O Blog é de opinião que o lançamento de satélites espiões aumentam o efetivo de segurança pelos EUA. Contudo, ao mesmo tempo, estimulam nações adversárias como China e Rússia a fazerem o mesmo.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar a nossa análise:

Matéria de 07/06/2023:

Matéria de 23/06/2023:


* Mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGRI-UERJ); e-mail: matheus_rj96@hotmail.com; Orcid:https://orcid.org/0000-0001-9859-6823

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