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Escalada armamentista, parte II.


De acordo com as análises realizadas por nós durante as postagens anteriores, onde verificamos que existem atualmente várias tensões no cenário internacional, como na região do Mar do Sul da China, a crise fronteiriça entre China e Índia, a disputa pelas Ilhas Curilas, as tensões entre Turquia e Grécia, a Guerra da Líbia, e várias outras, ratificamos que o globo encontra-se novamente numa escalada armamentista, conforme afirmamos em nossa postagem: Escalada armamentista (disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/escalada-armamentista ). A figura acima exemplifica o que estamos afirmando.

Tal escalada está sendo potencializada pela competição entre as grandes potências, que também abordamos no Blog, onde fica demonstrado que o mundo está em desequilíbrio, com os governos se armando com o intuito de aumentarem a sua influência política e econômica ou fazerem frente à países com tendências expansionistas. Além disso, fica claro que o poder militar é indissociável do poder político, e que no concerto das nações a corrente realista se sobrepõe a idealista, onde os governos que defendem o multilateralismo têm investido fortemente em defesa.

Nas figuras abaixo, podemos observar os países que realizaram os maiores gastos em defesa no ano de 2019, e as variações em investimentos militares de 2018 para 2019. Nesse sentido, conseguimos realizar algumas conclusões:

  • Os EUA continuam sendo a potência militar dominante;

  • A China como a segunda economia mundial está se consolidando como uma potência militar;

  • A Índia vem aumentando os gastos em defesa, devido as tensões com o Paquistão e a China;

  • A Rússia, apesar de estar em quarto, já atingiu vários de seus objetivos em defesa, quando iniciou em 2010 o incremento nos investimentos militares modernizando as suas forças, como os seus Submarinos etc, estando com os seus gastos estabilizados;

  • Países da Ásia Oriental e Oceania, que disputam águas jurisdicionais e territórios na área marítima com o governos chinês, estão entre os que mais investem em defesa;

  • A Europa, como um todo, aumentou os investimentos em suas forças, em virtude do menor apoio dos EUA à OTAN, bem como à ameaça russa;

Figura disponível em: https://www.nato.int/nato_static_fl2014/assets/pictures/stock_2019/slide1-v3.jpg
  • A Arábia Saudita tem grandes gastos militares devido a Guerra no Iêmen, a disputa com o Irã por influência no Oriente Médio, bem como devido a problemática com Israel;

  • Todas as regiões que possuem crises aumentaram os seus gastos militares;

  • A percepção mundial de insegurança está levando aos governos a elevarem os seus gastos militares, com o intuito de se prepararem para possíveis "pressões" ou ameaças externas;

  • No tocante ao Brasil devemos ter em mente que os gastos de pessoal são a maior parte do orçamento, e que o total do setor de defesa é muito inferior as necessidades de um país do porte do nosso que é possuidor de extensas fronteiras marítima e terrestre.

Nas quase 80 postagens que realizamos, até o momento, sobre geopolítica e inteligência a percepção que estamos vivendo num mundo imprevisível e menos seguro se sustenta. Além disso, o Blog acredita que é esperado que ocorram vários conflitos regionalizados devido à governos com políticas assertivas, e que o mundo está em transição para uma Nova Ordem Mundial, onde os EUA terão que conviver sob tensão constante com os novos competidores, e que estão sendo definidas novas áreas de influência. Sendo assim, a consolidação de alianças será fundamental.

Com o cenário exposto acima, deixo algumas indagações para refletirmos: a corrida armamentista deixará o mundo mais seguro ou próximo a um conflito de larga escala? Como o poder militar é indissociável do poder político, o Brasil algum dia será uma grande potência no cenário internacional? Conseguiremos um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas? Somente a diplomacia é suficiente no mundo atual para manter um país seguro? O que precisamos fazer?

Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise. Os dois primeiros vídeos abordam o Brasil e os demais a situação mundial de forma geral:



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