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As empresas privadas de segurança cibernética: desafio ou oportunidade para a Inteligência?


Figura disponível em: https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/c9/2020/09/23/lgpd-lei-geral-de-protecao-de-dados-gdpr-dados-1600887309582_v2_450x337.jpg

O Século XXI tem sido marcado por vários eventos e tendências que vêm fazendo com que o mundo esteja ficando mais imprevisível e menos seguro, como o Blog vem sempre fazendo questão pontuar em vários de seus artigos.

Nesse sentido, uma tendência, que se iniciou com a Guerra ao Terror em 2001, que está se consolidando no ciberespaço é o uso cada vez mais intensivo de empresas privadas de segurança cibernética, devido ao incremento das atividades cibernéticas ilícitas no mundo, bem como em virtude da Guerra Cibernética entre alguns Estados.

Sendo assim, algumas dessas empresas têm desenvolvido programas que possuem uma grande capacidade de realizar espionagem. Porém, todas alegam que esses softwares foram desenvolvidos como ferramentas para o combate ao terrorismo e ao crime organizado.

Entretanto, alguns Estados estão adquirindo essas soluções computacionais para realizar espionagem contra opositores a seus governos e a alvos de interesse, como jornalistas e autoridades de países e de organismos internacionais, a fim de monitorar, intimidar e silenciar. Dentre esses países temos a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, México, Ruanda, Cazaquistão, Israel, Índia, Rússia, além de vários outros. Convém mencionar que os EUA, por meio da sua agência de inteligência National Security Agency - NSA que teve como referência o USA Patriot Act, utiliza do mesmo expediente para espionar alvos de interesse estadunidense, tanto no país quanto no exterior.

Esse fenômeno tem sido motivo de preocupação por parte de várias organizações defensoras dos Direitos Humanos, como a Anistia Internacional, bem como pela Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, pois uma boa parte dos governos que os utilizam possuem um viés antidemocrático e repressor, o que reforça a ideia de vários analistas de que essas empresas devem ter uma regulamentação internacional, com o intuito de não haver violações à direitos e liberdades, dentre elas a de expressão, de privacidade e de manifestação. Nesse diapasão, existem vários pedidos de que seja implementada uma moratória internacional em relação à venda desses programas de vigilância até a existência de uma regulamentação internacional sobre o assunto.

Dentre esses softwares, um que ganhou notoriedade mundial foi o Pegasus da empresa israelense NSO Group, que conforme investigações internacionais teria sido empregado, também, na espionagem de altos líderes governamentais, como Emmanuel Macron e Angela Merkel. A referida empresa foi alvo de embargo estadunidense.

Podemos inferir, por meio desse cenário, que os serviços dessas empresas privadas de segurança cibernética têm se apresentado como uma grande oportunidade para as Agências de Inteligência em obter informações estratégicas relevantes. Todavia, requer que os Serviços de Contrainteligência realizem grandes investimentos, visando aperfeiçoar as medidas de defesa contra esses spywares, o que representa um desafio constante a ser superado.

Nesse cenário, vemos a cada dia Estados buscando soluções privadas referentes ao ciberespaço para a Atividade de Inteligência, que abrange os ramos da Inteligência e Contrainteligência. Assim, verifica-se que as empresas privadas de segurança cibernética têm tido o seu protagonismo aumentado na atual era digital, fazendo com que esse nicho de mercado esteja em franca expansão.

O Blog é de opinião que as empresas privadas de segurança cibernética são ao mesmo tempo tanto um desafio, quanto uma oportunidade para a Atividade de Inteligência. Porém, em nossa visão, torna-se fundamental que tais empresas sejam alvo de regulamentação internacional, bem como do Estado de origem, com o intuito de restringir o uso de tais spywares por governos autoritários, que poderão se tornar uma ameaça a paz e a segurança internacionais.

Entretanto, tal regulamentação internacional poderá ser inócua, pois alguns Estados, com orientação antidemocrática, possuem tecnologia própria e usam as suas empresas privadas ou grupos de hackers nacionais a seu favor, fazendo com que trabalhem para os seus respectivos governos, como a Rússia, a China e a Coreia do Norte. Assim, é um problema de difícil solução.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para nos ajudar em nossas análises:

Matéria de 22/07/2021:

Matéria de 26/07/2021:

Matéria de 04/11/2019:

Matéria de 19/07/2021:

Matéria de 07/02/2019:

Matéria de 31/07/2019:

Matéria de 18/08/2021:

Matéria de 07/12/2016:

Matéria de 20/06/2017:

Matéria de 24/07/2021:


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