O mundo tem vivenciado a disputa geopolítica entre os EUA e a China, e esses países estão competindo em todos os campos, inclusive pela primazia na tecnologia 5G. Nessa disputa podemos observar a pressão estadunidense em seus aliados para evitarem a tecnologia chinesa com a alegação de que a empresa HUAWEI espionaria para Pequim.
Nesse sentido, alguns países como o Japão, Reino Unido, Austrália e outros têm desistido da tecnologia chinesa, com o intuito de continuarem alinhados com os EUA. Por outro lado, a China ameaça retaliações aos países que cancelarem contratos por motivos ideológicos, como aconteceu na Austrália com a retirada de laboratórios da HUAWEI do país, bem como da possibilidade de diminuir os investimentos e comércio por parte de outras empresas chinesas.
O leilão pela tecnologia 5G no Brasil foi adiado para 2021, em que teremos a participação chinesa com a empresa HUAWEI, e outras europeias. Será uma disputa acirrada, pois o nosso mercado tem um grande potencial de exploração econômica.
Nesse cenário, já podemos observar a pressão do governo de Washington para que o nosso país não utilize a tecnologia chinesa, inclusive com a oferta de um acordo de investimentos na ordem de 1 bilhão de dólares. Além disso, o principal parceiro econômico brasileiro, a China, envia mensagens subliminares de que a não escolha da HUAWEI por motivos geopolíticos poderá ensejar uma reavaliação nas parcerias econômicas das empresas chinesas com o Brasil.
Convém mencionar que, por enquanto, de acordo com as informações divulgadas pelo WikiLeaks, o único país que espionou o Brasil foi os EUA, em 2015, por interesses econômicos, "grampeando" autoridades brasileiras, inclusive a nossa Presidente à época, o que gerou protestos diplomáticos do nosso governo. Outrossim, os EUA ainda não possuem a tecnologia 5G desenvolvida.
Essa disputa pela primazia 5G entre os EUA e a China se assemelha a que ocorreu entre os EUA e a Rússia, durante a Guerra Fria, pela corrida espacial. E Washington não quer perder essa "briga" para Pequim, assim como perdeu para Moscou.
Independente do vencedor do certame para a implementação dessa tecnologia, o importante é que o Brasil possua um setor de defesa cibernética que garanta a segurança dos dados da nossa sociedade e do nosso governo.
O Blog é de opinião que a disputa geopolítica entre os EUA e a China chegou ao Brasil, com pressões de ambos os governos, e que a experiência australiana analisada em nosso artigo: "A crise sino-australiana: estudo de caso para o Brasil", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-crise-sino-australiana-estudo-de-caso-para-o-brasil, deve ser muito estudada pelos setores diplomático e econômico brasileiro, a fim de subsidiarem a melhor decisão para o Brasil, pois envolve nossa soberania.
Somos de opinião de que a decisão deve ser pautada observando o direito soberano do Brasil e o interesse da sociedade brasileira (segurança, econômico, tecnológico etc), como já ocorreu em 1975 durante o acordo nuclear firmado com a Alemanha, que deu origem ao Programa Nuclear Brasileiro, e que não era do interesse dos EUA. Além disso, devemos nos preparar adequadamente para os possíveis impactos da decisão do vencedor.
Esse tema deve ser acompanhado com muita atenção pela nossa sociedade.
Qual a sua opinião? Estamos prontos para essa disputa, no Brasil, pela tecnologia 5G?
Seguem alguns vídeos para ajudar as nossas análises:
Matéria de 30/10/2020:
Matéria de 25/10/2020:
Matéria de 20/10/2020:
Matéria de 25/10/2020:
Matéria de 26/10/2020:
Matéria de 13/04/2015:
Matéria de 04/07/2015:
Matéria de 21/10/2020:
Matéria de 31/07/2020:
Matéria de 19/11/2019:
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