A região dos Bálcãs Ocidentais é composta, em sua maioria por países surgidos após o fim da Iugoslávia, por Montenegro, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, República da Macedônia do Norte, e a Albânia, sendo este o único Estado não oriundo da cissão iugoslava, que foi um período marcado por conflitos intensos.
Dessa forma, essa parte europeia é conhecida por sua consagrada instabilidade, devido a sua história de tensões, crises, embates armados e crimes de guerra, que a torna imprevisível politicamente, em virtude da falta de confiança e rancor entre as populações desses países.
Em que pese fazerem parte da Europa, os Estados dos Bálcãs Ocidentais ainda não foram aceitos como membros da União Europeia - UE, apesar do desejo da maioria deles, pois buscam obter prosperidade, paz e uma maior segurança política e militar. Para tanto, será necessária a realização de várias reformas governamentais, visando se adequar aos estatutos e ideais da UE, como ordem social, liberdade de imprensa, políticas econômicas alinhadas com a UE, dentre outras.
Entretanto, em nossa visão, alguns países da UE, com a França, têm receio de que a instabilidade dos Bálcãs Ocidentais possa originar problemas à Europa Ocidental.
Na figura abaixo podemos verificar a situação dos países da região em relação aos seus vizinhos. Eles ainda encontram-se negociando a sua inclusão na UE, a maior parte deles desde 2008, enquanto os ao redor já são membros.
Atualmente, alguns desses governos estão sendo marcados por viés populista e com casos de corrupção, o que poderá dificultar as suas aceitações na UE.
Nesse sentido, a região tem sido palco de disputa por influência geopolítica pela China, Rússia e Turquia, sendo que o governo de Pequim tem obtido mais sucesso, por meio do seu projeto Belt and Road Iniciative - BRI.
A China considera essa parte da Europa estratégica para poder acessar os demais países europeus, e com isso está realizando vários projetos de investimento de infraestrutura com os governos dos Bálcãs Ocidentais, onde alguns analistas afirmam que Pequim está empregando a Diplomacia da Armadilha da Dívida, que foi abordado por nós no artigo "China e a diplomacia da armadilha da dívida, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/china-e-a-diplomacia-da-armadilha-da-dívida .
Além disso, o governo chinês vem aproveitando o "vácuo" de influência deixado pela UE, através do seu "soft power", e está tentando maximizar o seu protagonismo na região empregando a Diplomacia da Vacina, analisado por nós no artigo "A Diplomacia da Vacina e os seus impactos geopolíticos - Pandemia parte 7", acessível em https://www.atitoxavier.com/post/a-diplomacia-da-vacina-e-os-seus-impactos-geopolíticos-pandemia-parte-7, bem como implementando centros culturais nesses países.
Nesse cenário, os EUA demonstram preocupação com o avanço da China na Europa, e recentemente a UE vem "acordando"para o incremento da influência de Pequim na região.
O Blog é de opinião de que a Europa Ocidental foi relapsa em permitir que potenciais adversários, como a Rússia, a China e a Turquia (em que pese fazer parte da OTAN, mas não da UE) aumentassem a sua influência geopolítica em seu "quintal"estratégico, ainda mais em se tratando dos Bálcãs Ocidentais que é uma região instável, conhecida por conflitos.
Dessa forma, podemos inferir que a ideia de uma Europa unificada é uma utopia, pois existe muita desconfiança e rancor entre os países, em virtude da história conflituosa do continente.
Nesse diapasão, verificamos que a região dos Bálcãs Ocidentais é estratégica:
comercialmente para a China;
militarmente para a Rússia, pois não deseja que os países da região façam parte da OTAN, além de não ser bom para Moscou que mais países europeus se alinhem a Europa Ocidental;
politicamente para a Turquia, devido a tentativa de aumentar a sua influência nos países com população muçulmana, como a Bósnia. Convém mencionar que nos Bálcãs Ocidentais predominam o cristianismo e o islamismo.
Outrossim, temos verificado que a China tem obtido bastante sucesso no tocante a implementação de sua Diplomacia da Armadilha do Débito em países marcados por corrupção, e com tendências populistas.
Nesse cenário, veremos o aumento da disputa geopolítica entre a UE, China, Rússia e Turquia. Cabe-nos observar se a região será novamente um palco de tensões no futuro.
Qual a sua opinião? Concorda que a China possui mais êxito em influenciar países com viés populista e corrupto?
Seguem alguns vídeos para nos ajudar em nossas análises:
Matéria de 18/12/2018:
Matéria de 10/04/2019:
Matéria de 07/05/2021:
Matéria de 27/02/2021:
Matéria de 05/05/2020:
Matéria de 07/05/2021:
Matéria de 28/04/2021:
Matéria de 16/10/2019:
Matéria de 14/01/2021:
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