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Militarização do espaço: consequência da competição entre as grandes potências.


Figura disponível em: https://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/161127163220-space-wars-scenario-animation-00013703-exlarge-169.jpg

A ideia de militarização do espaço remonta ao período da "Guerra Fria", iniciando-se na década de 1960, onde os EUA e a ex-União Soviética tinham projetos ambiciosos, dentre eles o Almaz soviético e o Guerra nas Estrelas estadunidense.

Essa militarização do espaço levou aos países a assinarem o Tratado do Espaço, em 1967, que bania o uso de armas nucleares no ambiente espacial, possibilitando o uso pacífico dessa região, que ocorreu até o final do Século XX.

Convém mencionar, que o espaço apresenta uma parcela militarizada que compreende: satélites espiões que são utilizados pelos setores de inteligência governamentais, bem como satélites de comunicações militares, e os de guiagem (tipo Global Positioning System (GPS)) que são utilizados em alguns sistemas de armas. Verifica-se, assim, que, atualmente, várias Forças Armadas são dependentes do uso satelital, bem como todas as sociedades civis.

Conforme já comentado no Blog, após o período da "Pax Americana"os EUA começam a ter sua liderança contestada, e o mundo entra numa nova fase de competição entre as grandes potências, onde vemos surgir na Eurásia uma fonte de poder, com destaque para a China e a Rússia.

Nesse cenário, o Século XXI nos apresenta, novamente, o espaço como uma fronteira a ser disputada, o que tem levado ao incremento da militarização do setor espacial, pois o tratado de 1967 não proibia o uso de outros tipos de sistemas militares (somente o nuclear). Esse panorama poderá ensejar um novo ambiente de conflito, o espacial.

Podemos ver abaixo um resumo da situação atual dessa disputa:

  • Rússia: desenvolvimento de armas hipersônicas que podem ser lançadas do espaço, navegam por si só, e que ao reentrarem na atmosfera terrestre conseguem evitar radares e defesas antimísseis. Além disso, analistas relatam que o país possui satélites que têm capacidade de destruir outros por abalroamento;

  • China: testou sistema de mísseis capazes de destruir satélites e mísseis balísticos;

  • EUA: criação da Space Force com o intuito de fazer frente as principais ameaças. Além disso, tem desenvolvido um veículo, chamado de X-37, que ficou em teste durante longo tempo no espaço, e cujas informações sobre seu possível emprego continuam sigilosos;

  • Índia: testou uma sistema de mísseis antissatélite;

  • Coreia do Norte e Irã: estariam desenvolvendo sistema antissatélites, bem como desenvolvem a capacidade de lançar satélites militares;

  • França: está estudando como desenvolverá um sistema nacional antissatelital.

Como os EUA são extremamente dependentes de seu sistema satelital, um ataque que o neutralize colocaria o seu setor de Defesa em posição vulnerável. Atento a isso, o governo estadunidense promulgou a sua estratégia de defesa espacial em 2020, com as diretrizes para se firmar como a principal potência nesse setor. O documento Defense Space Strategy Summary 2020 está disponível em: https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_6bfc016554db4496aaf188b2551a0f9c.pdf .

Como essa disputa afeta a todas as sociedades, o Blog acredita que é um tema que deve ser acompanhado pelo governo brasileiro com toda a seriedade, a fim de nos planejarmos adequadamente para diminuirmos a nossa dependência de satélites estrangeiros.

Qual a sua opinião a respeito?

Seguem alguns vídeos sobre o tema para a nossa análise e reflexão:




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