No nosso artigo "As pérolas inglesas no Atlântico Sul e a sua importância estratégica", de 12 de abril de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/as-pérolas-inglesas-no-atlântico-sul-e-a-sua-importância-estratégica, afirmamos que as ilhas de Ascensão e das Falklands permitiriam que o Reino Unido - RU tenha apoio logístico para os seus meios aéreos e navais na área do Atlântico Sul, a fim de fazer valer a sua soberania em seus territórios ou apoiar alguma operação na América do Sul ou na África. Além disso, não podemos esquecer a relevância das Falklands para alguma operação na Antártica. Falamos, também, que as ilhas britânicas dão ao Reino Unido o direito da exploração econômica exclusiva, num raio de 200 milhas náuticas.
Além do exposto, a ilha de Ascensão é considerada como um ponto estratégico de reabastecimento aéreo para as aeronaves britânicas no deslocamento RU x América do Sul. Outra informação importante sobre essa ilha é que ela possui um grupo de antenas que apoia na operação do auxílio à navegação satélite Global Positioning System (GPS), como a agência estadunidense de inteligência Central Intelligence Agency - CIA informa em seu site: https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/saint-helena-ascension-and-tristan-da-cunha/.
No dia 19 de maio de 2023 a aeronave da Força Aérea Britânica, ou Royal Air Force - RAF em inglês, C-17 Globemaster - aeronave de transporte militar - conseguiu pousar no aeroporto da ilha de Santa Helena, demonstrando uma importante capacidade em se ter nesta ilha uma alternativa a Ascensão.
Tal aeronave faz parte do transporte estratégico da RAF, podendo apoiar as missões de combate, força de paz ou humanitárias, como pode-se ver no site da RAF: https://www.raf.mod.uk/aircraft/globemaster-c-17/. Logo, podemos ver que a capacidade britânica de projeção de poder fica potencializada.
Cabe relembrar que as ilhas britânicas ficam no Entorno Estratégico Brasileiro - EEB, o que ratifica a necessidade e obrigatoriedade de acompanharmos com atenção o desenvolvimento de qualquer capacidade militar estrangeira nessa região.
O Blog é de opinião que devemos acompanhar com atenção as movimentações militares no EEB, bem como, a exemplo dos britânicos, temos que desenvolver capacidades afetas ao setor de defesa em nossas ilhas oceânicas, seja como apoio logístico ou monitoramento da nossa Zona Econômica Exclusiva.
Portanto, ratificamos as nossas análises que constam no artigo "Como fazer as Ilhas de Fernando de Noronha e da Trindade serem mais estratégicas? Vamos refletir", de 27 de fevereiro de 2021, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/como-fazer-as-ilhas-de-fernando-de-noronha-e-da-trindade-serem-mais-estratégicas-vamos-refletir, pois as nossas ilhas ficam localizadas entre as ilhas britânicas do Atlântico Sul e as nossas águas jurisdicionais, bem como se observarmos atentamente as nossas Linhas de Comunicações Marítimas - LCM (ver no artigo mencionado), podemos inferir que as Ilhas de Fernando de Noronha e da Trindade possuem uma localização estratégica para o controle do nosso tráfego marítimo, e com isso poderiam ser empregadas para auxiliar no incremento da segurança das nossas LCM.
Qual a sua opinião?
Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:
Matéria de 06/06/2023:
Matéria de 06/03/2018 - nesse vídeo pode-se ver as rotas marítimas comerciais, inclusive as brasileiras.
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