O ano de 2021 foi marcado por grandes tensões e crises entre as três principais potências mundiais: China, EUA e Rússia. Dessa forma, o Blog analisou as mensagens de Ano Novo de Joe Biden, Vladimir Putin e Xi Jinping, pois devido as disputas geopolíticas seria esperado que elas se refletissem nos discursos, e com isso sinalizassem o que está por vir em 2022.
Ao assistirmos aos vídeos que estão no final do artigo, e que contém as mensagens desses líderes, podemos inferir que Biden focou no público interno, falando sobre a importância dos estadunidenses estarem unidos para superar todas as adversidades, e de forma muito breve a Primeira Dama falou que os EUA preservam a sua liberdade ao redor do mundo, por meio do seu poderio militar.
Seguem alguns trechos da mensagem do presidente estadunidense e da sua esposa à sua população, disponível em https://edition.cnn.com/2021/12/31/politics/biden-new-years-eve/index.html:
Joe Biden:
"We learned again this year what we've always known: There's no quit in America. No matter how tough the challenge, how high the obstacles, we always overcome. This virus has been tough, but we've been tougher. You know, at our best, we've taken every crisis we face and turned it into an opportunity to be a stronger and a better nation."
Primeira Dama dos EUA:
"the dedication shown by the doctors and nurses, educators and parents, first responders and all front-line and essential workers," and paying tribute to members of the military and their families, who stand guard over our freedom all over the world and here at home"
No vídeo que foi liberado para as redes sociais, o Presidente Biden deixa mais claro a necessidade dos estadunidenses de se unirem para superar as dificuldades, com isso mais uma vez focando no público interno.
Nesse sentido, como os EUA ainda estão passando por momentos internos turbulentos, em virtude do país ainda mostrar sinais de divisão política, é compreensível que essa preocupação seja o principal item da mensagem de Biden, ainda mais quando está com baixo índice de aprovação e haverá eleições para o congresso em novembro.
Por outro lado, quando vemos os discursos de Putin e Xi Jinping, além de conversarem com os seus povos, eles também enviam mensagens geopolíticas para o mundo, em especial aos seus adversários.
Putin enfatizou que defendeu, em 2021, de forma resoluta os interesses e a segurança nacionais, apelou para o nacionalismo russo, bem como falou do esforço para manter viva a economia, e que o país tem conseguido atingir os objetivos estratégicos de desenvolvimento. Também frisou que para a Rússia ser grande é importante a implementação dos planos nacionais. Dessa forma, Putin passa para o exterior a imagem de uma Rússia forte e que não se intimidará perante os desafios para assegurar os interesses e segurança nacionais.
Convém mencionar que 2021 foi pontuado por crises militares entre a Rússia e os EUA e seus aliados europeus, como as problemáticas da Ucrânia e do Mar Negro, além de outras, em que Putin fez demonstrações de força alegando a preservação da segurança do seu entorno estratégico.
O discurso pode ser lido na íntegra no link http://en.kremlin.ru/events/president/news/67514 . Seguem alguns trechos da mensagem de Putin:
[...] We acted resolutely and consistently to uphold our national interests and the security of the country and our citizens. We took swift action to restore the economy and in many areas we are close to achieving our strategic development objectives. [...] These results will be the stepping stones towards the successful implementation of our national plans. Their main goal is to improve the well-being and quality of life of the people. Achieving these goals will make Russia even stronger, and we will be able to ensure the continued progress and prosperity of our Motherland only if we are in it together.
Nesse contexto, o discurso de Putin deixa claro que o seu governo continuará usando, em 2022, todos os meios para evitar a contenção do seu país e manter o protagonismo russo no cenário internacional.
Xi Jinping, assim como Putin, abordou os resultados alcançados em 2021 e exaltou o nacionalismo chinês. Além disso, celebrou os sucessos do Partido Comunista Chinês e enfatizou a importância de se manter o foco nos objetivos estratégicos para que a China se torne uma potência global. Outrossim, declarou que a unificação da China é uma antiga aspiração. Seguem alguns trechos selecionados, mas s íntegra pode ser lida em http://www.chinadaily.com.cn/a/202112/31/WS61cee9c5a310cdd39bc7e98b.html :
[...] Thanks to the sustained efforts of the Chinese people from generation to generation, those who once lived in poverty no longer have to worry about food or clothing, or access to education, housing and medical insurance. Realization of a moderately prosperous society in all respects and elimination of extreme poverty is what the CPC has delivered to our people, and it is also a contribution to the world. To ensure that everyone leads a better life, we must never rest on what we have achieved, and there is still a long way to go. [...] members of the People's Liberation Army and Armed Police devoted to building a strong military and protecting our country. The hard work and dedication of countless unsung heroes have all added to the great momentum of China's march forward in the new era. [...] The prosperity and stability of Hong Kong and Macao is always close to the heart of the motherland. Only with unity and concerted efforts can we ensure sound implementation of One Country, Two Systems in the long run. The complete reunification of our motherland is an aspiration shared by people on both sides of the Taiwan Strait. I sincerely hope that all the sons and daughters of the Chinese nation will join forces to create a brighter future for our nation.
Nesse sentido, Xi Jinping informa que a China não abrirá mão de Taiwan, não aceitando a sua independência formal, e que continuará perseguindo o "sonho chinês"de fazer o país próspero e com segurança. Dessa forma, foi claro e transparente para todos os atores internacionais que, em 2022, os chineses continuarão a usar todos os meios para atingir os seus objetivos geopolíticos.
É interessante pontuar que, assim como a Rússia, a China teve crises militares com os EUA e os seus aliados, tanto europeus, quanto os da região do Indo-Pacífico.
O Blog é de opinião de que as mensagens de Putin e de Xi Jinping possuem similaridades e enviam "recados" para os seus adversários, em que não se intimidarão perante as iniciativas de tentar conter as suas aspirações geopolíticas.
Qual a sua opinião?
Seguem alguns vídeos para as nossas análises:
Matéria de 31/12/2021:
Matéria de 31/12/2021 (vídeo liberado para as redes sociais):
Matéria de 31/12/2021 (legendas em português):
Matéria de 31/12/2021:
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